O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul concluiu a inspeção das urnas eletrônicas que serão utilizadas no segundo turno das eleições, no domingo (30), em Porto Alegre. O trabalho consistiu na atualização do sistema do dispositivo com os candidatos que participarão do pleito e também de testes finais, para identificar problemas no funcionamento.
O transporte das urnas para os locais de votação será feito em dois momentos. Na manhã de quinta-feira (27), os dispositivos serão levados para três das 10 zonas eleitorais do município. O trabalho não ocorrerá na sexta-feira (28) devido ao Dia do Servidor Público. No sábado (29), as demais serão transportadas para as outras sete zonas eleitorais da Capital.
Serão distribuídas 3.061 urnas eletrônicas em 359 locais de votação de Porto Alegre. Na manhã desta quarta-feira (26), o trabalho de inspeção iniciado na segunda-feira (24) foi concluído pelo TRE. A atualização das urnas foi feita de 14 a 21 de outubro. As atividades de carga, como é chamado o procedimento de atualização, foram abertas a diversas entidades, como uma forma de transparência do processo eleitoral.
Conforme o chefe da Seção de Urnas e Voto Informatizado do TRE-RS, Vanderlei Santos, a atualização dos equipamentos feita na semana passada é um processo mais simples e ágil se comparado ao procedimento do primeiro turno. Assim, foi preciso apenas atualizar a memória do dispositivo com os candidatos que disputarão o segundo turno do pleito. Após essa fase, os técnicos fizeram três dias de testes, nesta semana.
— Na inspeção são conferidos o número da seção, data e hora da urna. São colocados junto dela os materiais que devem ser entregues aos mesários como caderno de votação, cabinas, canetas. É também verificado se todas as urnas estão preparadas e funcionando — explica.
Segundo Santos, não foram registrados problemas com os equipamentos durante a verificação em Porto Alegre. Após a preparação das urnas, os compartimentos delas foram lacrados fisicamente. Por fim, as urnas foram armazenadas no depósito TRE, na zona norte da Capital de onde sairão apenas para o transporte, na quinta e no sábado.
Transparência
Uma das entidades que acompanhou a preparação das urnas eletrônicas em Porto Alegre foi a Transparência Eleitoral Brasil, uma organização que monitora as eleições em todo o país. Ana Claudia Santano, coordenadora da ONG, esteve em Porto Alegre nesta quarta-feira, para uma agenda com o TRE.
Na pauta, as expectativas para o pleito de domingo e a preparação dos equipamentos. Segundo ela, a Transparência Eleitoral atuou em todos os Estados e no Distrito Federal no segundo turno.
— No primeiro turno, não encontramos elementos capazes de evidenciar que o sistema eleitoral é vulnerável, capazes de comprometer a integridade da votação. Os procedimentos de auditoria funcionam e prestam para identificar as vulnerabilidades, que até o momento não foram identificadas — diz.
No entanto, problemas comuns foram identificados em todo o país pelos observadores da ONG: filas nos locais de votação, dificuldade no uso da biometria e falta de acessibilidade foram alguns dos pontos que atrapalharam a votação. Outro aspecto que precisa ser melhorado, segundo Ana Claudia, é quanto às pessoas com mais dificuldades no manuseio da urna eletrônica.
— No primeiro turno, a grande participação de pessoas idosas gerou um estranhamento delas com a tecnologia utilizada, com o sistema de votação. São pessoas que possuem um grau de dificuldade maior. É fato que essa lacuna de educação do voto deveria ser olhada com mais carinho — pontua.
A coordenadora da Transparência Eleitoral reforça que a entidade é neutra, apartidária e não tem nenhuma ligação com a Justiça Eleitoral. O trabalho dos observadores tem como objetivo oferecer um ponto de vista das eleições, por meio do monitoramento silencioso das atividades, com atenção para o ponto de vista da organização do pleito.