O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta terça-feira (11) o pedido para que seus apoiadores saiam às ruas e convençam amigos e familiares a votar nele no segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro. Bolsonaro discursou a apoiadores por cerca de 15 minutos no parque da Fenadoce, em Pelotas, no sul do Estado, em ato de campanha.
— Vamos convencer um parente, um amigo que está equivocado no tocante a seu voto para votar ao nosso lado. O grande bem que está em jogo é nossa liberdade — disse o presidente.
Com uma bandeira do Rio Grande do Sul sobre os ombros, Bolsonaro pediu que os apoiadores compareçam às urnas vestidos de verde e amarelo e permaneçam na região de sua seção eleitoral até o fim da contagem:
– No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar. E, mais do que isso, vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado.
Na sequência do discurso, o chefe do Executivo colocou em dúvida o número de votos recebidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno:
— Tenho certeza de que o resultado será aquele que todos nós esperamos. Até porque o outro lado não consegue reunir ninguém. Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara (Lula) ter tantos votos se o povo não está ao lado do mesmo?
Em uma tentativa de demonstrar moderação, ele também se desculpou por não ser "tão polido" em algumas situações.
— Humildemente peço a vocês, a quem tenha qualquer discordância comigo pela forma que eu ser, confesso, não sou realmente tão polido assim. Solto de vez em quando algum palavrão, mas não sou ladrão — discursou.
Antes do discurso do presidente, o candidato a governador apoiado por ele, Onyx Lorenzoni (PL), e outros políticos aliados reforçaram apelos para que os militantes convençam pessoas próximas a votar pela reeleição do chefe do Executivo.
— Convido cada um de vocês a buscar mais um voto. Alguém que não foi votar, que ficou em casa, um amigo, um parente. Temos de nos mobilizar para que no segundo turno o presidente receba 1 milhão de votos a mais no Rio Grande do Sul. Nossa tarefa é mais um, mais um, mais um — insistiu Onyx.
Antes, a candidata a vice-governadora, Cláudia Jardim (PL), o senador Luis Carlos Heinze (PP) e o deputado federal Giovani Cherini (PL) já haviam feito apelos semelhantes.
O presidente chegou ao centro de eventos pouco depois das 15h e conversou rapidamente com prefeitos da região sul do Estado antes de subir ao palco. Além de Onyx, estavam ao lado do presidente o senador eleito pelo Estado, Hamilton Mourão (Republicanos), deputados aliados e outros apoiadores.
Pauta de costumes
No início de sua manifestação, o presidente da República abordou a agenda de costumes. Sem citar o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu adversário, Bolsonaro atribuiu a ele bandeiras como a legalização das drogas, o aborto e a "destruição da família".
O presidente também afirmou que, em caso de vitória do oponente, o Brasil terá gestão semelhante a de outros países da América do Sul, como Argentina e Venezuela:
— O que acontece lá pode acontecer aqui, creio que todos sabem disso. As coisas acontecem por um motivo: as escolhas erradas que um povo.
Aeroporto
Mais cedo, o presidente foi recepcionado por um grupo de simpatizantes ao desembarcar no aeroporto de Pelotas.
Questionado pelo repórter Eduardo Matos, da Rádio Gaúcha, sobre o relatório das Forças Armadas de uma auditoria feita com urnas eletrônicas durante o primeiro turno da eleição, Bolsonaro negou que tenha recebido o documento. Ele também atribuiu à imprensa a afirmação de que pretende ampliar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).