Em 2020, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre terão de responder mais do que as questões elaboradas pelos adversários no debate promovido pela Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (28). Em formato inovador, os políticos estarão em seus veículos, no estacionamento do Grupo RBS no bairro Azenha, e dos carros ouvirão perguntas gravadas por eleitores interpelados aleatoriamente em ruas, casas ou locais de trabalho.
Durante os primeiros 25 dias de setembro, a reportagem de GZH foi a diferentes regiões da cidade e perguntou: o que você, eleitor, gostaria de perguntar a um dos 13 candidatos que poderá ser o próximo prefeito ou prefeita de Porto Alegre?
— Eles tinham que vir aqui para ver — convidou Silvana Domingues, em uma comunidade do bairro Belém Velho, na Zona Sul.
Moradores, trabalhadores autônomos, comerciantes, pacientes do sistema de saúde e da rede de ensino, transportadores e usuários do transporte público. Motoristas, pedestres e ciclistas que percorrem vias, praças e parques. Os mais variados públicos expuseram as melhorias das quais gostariam de contar no município a partir de 2021, quando começará a próxima gestão do Executivo.
— Pude falar das necessidades do meu dia a dia — comentou o cadeirante Alissom Amaral dos Santos, morador do bairro Mário Quintana, na Zona Norte, e vendedor autônomo no Centro Histórico.
Uma pergunta foi constante: como ficará a recuperação da cidade após vencida a pandemia de coronavírus?
— O movimento caiu muito — afirmou Marcelo Gomes da Silveira, dono de uma lancheria na galeria até hoje conhecida como Abrigo dos Bondes, ao lado do Mercado Público.
Quem decidiu investir em Porto Alegre cobrou o que já fora prometido em ocasiões anteriores.
— Há anos tem promessa de mudar esta região — reiterou o mestre cervejeiro Ivan Diehl.
Não houve, em nenhum momento, interferência na opinião do participante. A única orientação foi a de não direcionar a pergunta para alguém em específico.
Os arquivos foram numerados e o candidato sorteado escolherá, ao vivo, um número, sem conhecimento do conteúdo. Para contemplar temas amplos e diversificados, foram captadas mais do que as 13 questões selecionadas, e os eleitores avisados sobre a possibilidade de exclusão.
Os áudios foram avaliados pela equipe jurídica do Grupo RBS, um cuidado para que não haja prejuízo a nenhuma das partes envolvidas na eleição. Não ocorreram ofensas ou ataques pessoais, e a ideia foi saudada pelas pessoas convidadas a participar.
— Bah, muito bom! Nunca tinha visto. Me manda o áudio — pediu o comerciante Alberto Mário Einsfeld.
O pedido não foi atendido. Pelas regras previamente estabelecidas, nenhuma das gravações foi compartilhada, com o intuito de evitar que o conteúdo chegasse a alguma das coligações concorrentes antecipadamente, desequilibrando a disputa.
Preocupações com a conservação dos espaços públicos, incremento nas áreas de lazer, investimentos em infraestrutura, de locais periféricos a áreas nobres. O debate contempla necessidades distintas da população. As respostas estão com os candidatos.