Quarto entrevistado da série do Gaúcha Atualidade com os candidatos ao governo do Estado, Roberto Robaina (PSOL) defendeu nesta sexta-feira (14) como uma de suas principais bandeiras, se for eleito, o investimento em educação, com melhoria nos salários dos professores da rede estadual.
Robaina classificou o vencimento básico da categoria como um “desrespeito” e uma “indecência”, acrescentando que os investimentos nos serviços públicos são especialmente necessários para a população mais pobre. A forma de viabilizar os investimentos, diante da crise financeira do Estado, seria com a ampliação do combate à sonegação de impostos.
— O (salário) básico (dos professores) de R$ 1.260 é uma indecência. Quem precisa da educação pública, da saúde pública, são as pessoas mais pobres. Tem R$ 1,5 bilhão de déficit no primeiro semestre. Eu reconheço que existe déficit e crise fiscal. O problema é que não tem como não ter crise fiscal quando temos um esquema de sonegação. Os auditores fiscais estimam que R$ 8 bilhões, que é o orçamento da educação, são sonegados — argumentou.
O candidato ainda sugeriu que é preciso acabar com os benefícios de isenção de impostos para grandes empresas, além de pressionar a União pelo pagamento das compensações relativas à Lei Kandir.
Robaina também aproveitou o espaço para fazer críticas ao atual governo, dizendo que o Estado enfrenta problemas na educação, saúde, estradas e segurança pública. Para a segurança, o candidato propõe uma mudança de foco – em que se priorize o combate aos crimes contra a vida e não ao comércio ilegal de drogas.
Na entrevista, Robaina foi questionado sobre a mobilização de alguns setores do PSOL contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse entender que há uma seletividade judicial que impede que Lula seja candidato, mas não impede que outros políticos disputem cargos em 2018.
— Fundamos o PSOL porque consideramos que o PT havia aceitado a lógica política e econômica que o país iria seguir dominado pela oligarquia financeira, pelos bancos, pelas grandes empreiteiras. Quando o STF, ao invés de um órgão de Justiça passa a ser um órgão político, que absolve uns e condena outros, é muito ruim. Quando um candidato não pode disputar a Presidência, e um Aécio (Neves) pode disputar a deputado, e um (Michel) Temer é presidente quando é chefe da quadrilha. E quando o PMDB gaúcho é chefiado pelo braço direito do chefe da quadrilha no Planalto, porque quem chefia o MDB gaúcho é o Eliseu Padilha.
Questionado, o candidato do PSOL evitou citar um modelo de governo que lhe serviria de inspiração, caso seja eleito.
Ouça a entrevista completa:
Ordem das demais entrevistas:
17/09 — Jairo Jorge (PDT)
18/09 — Miguel Rossetto (PT)