Claudio Bier (PV) está acostumado a dialogar com o poder público pelo papel que exerce como presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers). Agora, pela primeira vez, tentar mudar de lado: concorre a vice-governador na chapa de Jairo Jorge (PDT). Em abril, ele deixou o PP para assumir a candidatura. Bier é o terceiro entrevistado da série de ZH com os vices. A publicação segue a ordem das entrevistas dos candidatos a governador.
Qual a principal característica que um vice-governador precisa ter?
O vice-governador deve ter liderança, participação no plano de governo desde seu início, lealdade e também discrição. Outro aspecto importante é que tenha habilidade para realizar a mediação de crises e bom conhecimento de administração pública.
Se eleito, como pretende colaborar com o governador?
Mais até do que colaborar, é preciso ter projeto para colocar o Rio Grande do Sul nos trilhos. Isso está acima do governador ou do vice. Participei desde o início dessa iniciativa. É preciso construir uma parceria de confiança. Mas não é fácil administrar um Estado como o nosso sem uma equipe coesa.Vamos trabalhar em cima do nosso projeto, construindo parcerias tanto junto ao empresariado quanto com o governo federal. Lido muito bem com as questões de agricultura e infraestrutura. Também é necessário desburocratizar o Estado. Em Canoas, quando prefeito, Jairo Jorge implementou um gatilho que diminuiu os impostos. Por causa do meu DNA de empresário, conheço o outro lado da medalha, o quanto as empresas estão sofrendo e indo embora do Estado porque as coisas aqui estão muito difíceis.
Há alguma causa ou assunto mais específico com o qual planeja se envolver se for eleito?
Tenho de aproveitar minha experiência como empresário industrial, contribuindo principalmente para o setor produtivo do Estado. Uma das coisas que estamos pensando, por exemplo, é em diminuir o prazo dessas licenças ambientais. Esse é hoje um grande problema do Estado. Como sou fornecedor de máquinas agrícolas para esse público, sei das dificuldades que eles enfrentam. Existem empresas que ficam esperando dois ou três anos para obter licença ambiental. Então, é necessário que isso aconteça o mais rápido possível, para que o empresariado não se mude para Santa Catarina porque lá é mais rápido, por exemplo, ou para o Paraguai, porque lá recebem mais vantagens do que aqui. O Estado tem de ir ao encontro das empresas, não pode ficar apenas esperando. É preciso ser propositivo.
Cite um exemplo de vice que o senhor admira.
Gosto e admiro muito a Bete Colombo, que foi vice de Jairo Jorge em Canoas. Ela teve um protagonismo muito grande, ajudou a governar e também assumiu pastas importantes, provando que Jairo é um político de diálogo, algo que é muito importante.