Candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles participou, na manhã desta quarta-feira (5), de uma sabatina promovida por pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). No evento, o presidenciável falou sobre temas polêmicos como liberação de armas, aborto e combate às drogas. As informações são do Estado de S. Paulo.
Confira as principais declarações do candidato:
Drogas
— Nunca fumei maconha nem cheirei cocaína. Se alguém quiser consumir, acho que deve ser desincentivado. Mas não acho que tem que ser preso por consumo. Se alguém tiver acesso, acho que não pode ser preso. Tem que ser fiscalizado e tem que ser levado a sério. Tem que ser alertado para efeitos. A maconha tem controvérsia em relação aos efeitos. Mas não é tucanagem. Ninguém pode ser preso no consumo, mas o tráfico tem que ser combatido.
Aborto
— Sou favorável ao direito da mulher. Sou favorável a seguir a lei. A lei garante determinadas circunstâncias em que a mulher pode fazer o aborto. Outro problema de liberdade individual. Alguém que tem uma fé religiosa. Ele tem o direito de pregar e exercer isso. Mas não dá para proibir, como política pública. A mulher tem direito em casos específicos. Vamos aplicar a lei. Não acho que deva sair modificando a lei. Em casos específicos, previstos na legislação. Temos que preservar o direito à vida e o direito da mulher. Se houve por alguma razão, a mulher tomou a decisão, ela não pode ter um problema de atendimento, correr risco de morrer sem atendimento. O direito dela tem que ser preservado. Em termos de conservação da vida, também não há dúvida.
Armas
— Sou contra a liberação de armas. Imagine a situação: duas pessoas na fila do ônibus discutem e tentam resolver no revólver. No trânsito, é normal motorista nervoso. Isso vai dar tragédia. Já participei de muitas discussões sobre isso. Dizem que a polícia não funciona, mas é para isso que existe o governo. Não dá para a polícia abdicar de seu dever de defender o cidadão. Quem vai fazer o julgamento de quem é bandido? É uma violação do estado de direito. Em Goiás, é normal a discussão de divisa de fazendas, com trabalhadores rurais e fazendeiros. Temos que usar a tecnologia. Existem focos, movimentos organizados. Fazendeiros reclamam de invasão de terra. Isso é identificável. Há coisas que podem ser feitas para melhorar as condições de pequenos proprietários.