No primeiro dia da campanha eleitoral, sete candidatos à Presidência da República ficaram lado a lado em um evento com mulheres na capital paulista, evitaram ataques a adversários e até deram as mãos para cantar uma música juntos. Na véspera do segundo debate entre presidenciáveis na televisão, os candidatos chegaram a brincar com a situação "fraterna" e concentraram os discursos em propostas para o eleitorado feminino.
Na programação, organizada pelo grupo Mulheres do Brasil, que é presidido pela empresária Luiza Helena Trajano, os postulantes ao Planalto prometeram ações para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres no País e houve quem levantou propostas de cotas na administração pública.
Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), João Amôedo (Novo), Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU) responderam a perguntas do grupo, sem direito a réplicas entre si, e no final foram convidados a cantar uma música juntos com a plateia.
"Sonho que se sonha só/É só um sonho que se sonha só/Mas sonho que se sonha junto é realidade", foi o trecho entoado, da música "Prelúdio", de Raul Seixas. No ato, Luiza Trajano disse que eles não precisavam dar as mãos, mas que deveriam cantar. Integrantes do grupo de mulheres subiram ao palco e ficaram entre os candidatos, fazendo com que o grupo desse as mãos e atendesse ao pedido da plateia. Marina Silva e Vera Lúcia foram as únicas candidatas que ficaram de mãos dadas entre si.
— Foi um ambiente mais tranquilo e, de fato, as mulheres têm essa capacidade de acolher as diferenças — disse Marina Silva.
— Só as mulheres para conseguirem esta urbanidade entre nós. Isso não é comum, não — disse Alckmin, que saiu na sequência sem falar com a imprensa.
Ciro Gomes, por sua vez, classificou a ocasião como um "debate fraterno" e também saiu sem dar entrevistas.
Em sua manifestação, após reclamar do tempo de dois minutos para a resposta, Ciro Gomes prometeu que metade de sua equipe na Presidência será composta por mulheres, caso seja eleito. Já Henrique Meirelles disse que pretende destinar 30% das vagas em conselhos de administração de estatais para integrantes do sexo feminino. Alvaro Dias, por sua vez, falou em "dar um choque de gestão" em uma secretaria voltada a políticas públicas para as mulheres.
Quando perguntados sobre outros temas, os presidenciáveis reforçaram promessas já feitas na pré-campanha. Para Ciro, é possível gerar dois milhões de empregos no primeiro ano de um eventual governo retomando obras paradas no País. Vera Lúcia (PSTU) defendeu interromper o pagamento da dívida pública para destinar os recursos ao atendimento à mulher e à retomada de obras. Marina Silva classificou a educação como "a prioridade número um" de seu programa de governo. João Amoedo afirmou que é preciso reduzir gastos na máquina pública sem aumentar impostos.
Todos os candidatos prometerem agir para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres no mercado de trabalho e combater a discriminação de gênero.