Passado o primeiro turno das eleições e conhecido o resultado das urnas, os candidatos Adiló Didomenico (PSDB) e Maurício Scalco (PL) começam a definir as estratégias para a fase final da disputa. Embora conversas e articulações ainda estejam na agenda, os primeiros sinais de qual deve ser o tom do segundo turno começam a aparecer.
Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra, nesta segunda-feira (7/10), Adiló disse que pretende destacar propostas e a experiência na vida pública, tanto dele quanto do vice, Edson Néspolo (União Brasil), para conquistar o eleitor. Já Scalco apontou que deve focar diretamente no eleitor que deseja mudança na administração municipal. Confira:
O que disse Adiló
"Nós vamos mostrar propostas, aquilo que a gente pretende fazer para Caxias, com segurança. Não existe milagre na função pública. Falar é fácil, fazer é um pouco mais difícil, mas nós estamos preparados, junto com o Néspolo, com a experiência que o Néspolo tem, com tudo aquilo que nós vivemos, o conhecimento da cidade que nós temos. Nós vamos demonstrar isso para os eleitores e, principalmente, para os que votaram branco e nulo, que nós, apesar de todas as dificuldades, somos a melhor opção para botar Caxias agora no rumo certo. Caxias está preparada para viver um momento bem diferente e bem melhor."
O que disse Scalco
"Com certeza é possível buscar os votos de abstenção. As pessoas que se abstêm de votar deixam as outras escolher por elas, então nós vamos mostrar para as pessoas que elas têm que pensar na Caxias do futuro, na Caxias que a gente sonha, na Caxias que a gente deseja para os nossos filhos. Essas pessoas vão ter que entender que, dessa forma, elas ajudam a tomar a decisão para nós melhorarmos a nossa cidade, e nós vamos focar também para levar essa informação para essas pessoas e mostrar que o nosso plano de governo, a nossa ideia de Caxias do futuro, é a melhor para nós transformarmos a vida de todas as pessoas em Caxias do Sul."
"O PT pode ser determinante para esta eleição", afirma especialista
Além dos eleitores de Denise Pessôa (PT) e Felipe Gremelmaier (MDB), que não avançaram para o segundo turno, os candidatos terão o desafio de convencer os eleitores que não compareceram às urnas ou que rejeitaram todos os candidatos votando branco ou nulo. A abstenção em Caxias ficou em 25,13%, o que representa 87.257 eleitores. Outros 25.274 (9,72%) optaram por anular ou votar em branco. O índice representa quase um terço do eleitorado que, se for revertido, pode dar a vitória para qualquer candidato.
Essa estratégia pode ser fundamental para a candidatura de Scalco, por exemplo. Se o candidato do PL conseguir convencer candidatos que não opinaram no primeiro turno a votar nele, dependerá menos dos votos de Denise Pessôa (PT) para conquistar a eleição. Isso porque, dado o perfil de direita de Scalco, os votos da candidata petista têm mais chance de ir para Adiló, que também tem mais espaço para crescimento, por ter ficado na segunda colocação.
Por outro lado, caso uma parcela importante dos eleitores de Denise decidam não escolher nenhum candidato de segundo turno, a quantidade de votos necessários para a vitória de Scalco diminui. Já os apoiadores de Gremelmaier tendem a se diluir entre as duas chapas, avalia o cientista político Marcos Paulo Quadros.
— É um cenário bastante complexo. Me parece que o PT pode ser determinante para essa eleição. É um eleitor que não votaria no Scalco, mas também não é confortável em votar no Adiló. Parte significativa do eleitor do PT pode se abster, e o índice de abstenção, nesse caso, tende a aumentar — analisa.