A Gaúcha Serra realiza nesta terça-feira (15), a partir das 8h10min, o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à prefeitura de Caxias do Sul. O objetivo é aprofundar o programa de governo dos dois concorrentes. Participam Adiló Didomenico (PSDB) e Maurício Scalco (PL).
Com mediação do jornalista Alessandro Valim, a transmissão ocorre ao vivo pela Gaúcha Serra (no 102,7 FM e no app de GZH), em imagens no site do jornal Pioneiro em GZH e no Youtube de GZH.
O debate em imagens
Bloco a bloco
Primeiro bloco
O embate começou com Adiló Didomenico (PSDB) e Maurício Scalco (PL) realizando sua saudação inicial. Com sorteio prévio, e após a manifestação inicial, o candidato do PL fez a primeira pergunta da manhã direcionada ao tucano se fazendo valer do resultado do primeiro turno, perguntou onde o candidato errou no primeiro mandato. Na resposta, Adiló destacou que é o momento de as pessoas estarem juntas, e evitar um “retrocesso”. Disse que sabe o que herdou, afirmando que a cidade “estava endividada” quando assumiu o cargo. Citou o Caso Magnabosco, a pandemia, e a falta de verbas. Ressaltou que baixou impostos e que fez um governo “sem se preocupar com a eleição”. Na tréplica, Scalco disse que a cidade “merece um prefeito que entregue resultados” e que a cidade tem pressa. Afirmou que vai criar 32 novas escolas com a PPP da educação e que quer ampliar o turno integral nas escolas municipais, ressaltando que as famílias poderão escolher onde os alunos vão estudar. Na sequência, Scalco disse que Adiló herdou de Flávio Cassina o governo, que atualmente está no governo municipal, e citou verbas recebidas do governo federal de Jair Bolsonaro. Na tréplica, Adiló disse que o governo Cassina recebeu o governo com problemas de caixa.
Em seguida, foi a vez de Adiló perguntar a Scalco sobre finanças e as dificuldades financeiras que herdou nas contas públicas, questionando o que o candidato do PL fará. Na resposta, Scalco disse que “em 50 dias fará um choque de gestão”, melhorará a zeladoria urbana, abrirá o livre mercado dos serviços funerários e que mudará leis que estão “trancando o desenvolvimento da cidade”. Citou obras do atual governo e fez críticas a asfaltamentos durante o período eleitoral. Na réplica, Adiló disse que as obras demoraram o tempo necessário conforme os projetos de engenharia, afirmando que o adversário não entende de obras. Adiló ressaltou que ficou mais de quatro meses sem usina de asfalto, após a tragédia climática de maio. Na tréplica, o candidato do Scalco voltou a criticar as obras do governo que estão sendo feitas “de forma eleitoreira”.
Scalco questionou o atual prefeito sobre a mobilidade urbana e pediu quais foram as grandes obras entregues nos últimos quatro anos. Na resposta, Adiló disse que a “principal obra foi unir a cidade”, ressaltou que enfrentou a maior enchente da história porque “fez obras básicas, galerias, redes de esgotos”, tudo isso “sem se preocupar com a eleição”. Voltou a ressaltar as obras de asfaltamento e melhorias viárias e disse que fez grandes projetos, como o da PPP da educação, da iluminação pública e o túnel da Matteo Gianela. Afirmou, ainda, que “fez os maiores investimento da educação infantil”, que contratou o plano de mobilidade, e conquistou casas via governo estadual, “saneando a cidade sem aumentar impostos”, ressaltou. O candidato do PL replicou afirmando que Adiló “só teve como entrega unir a população e projetos”, e disse que a resposta foi dada nas urnas, com o resultado do primeiro turno. Afirmou que Adiló “entregou somente 17 moradias populares” e que Adiló “perdeu verbas” para a construção do futuro Aeroporto de Vila Oliva. Scalco ressaltou que a cidade “tem que voltar para a rota do crescimento” e que será preciso entregar grandes obras e não projetos. Após, Adiló, pediu direito de resposta sobre o aeroporto, que foi negado pela produção do programa. Na tréplica, o tucano disse que “Scalco tem trazido inverdades”, que obteve direitos de resposta durante a campanha, que o candidato está sendo “processado criminalmente” e que não “podemos governar com espírito de ódio”.
Na sequência, foi a vez de Adiló perguntar a Scalco sobre o que fará com o CredCaxias, programa de crédito assistido, criado para facilitar a recuperação da economia local e retomar a geração de emprego e renda. Scalco disse que Adiló deve “explicações” à população sobre o que foi entregue e não somente projetos. Falou que o CredCaxias é importante, que terá um fundo garantidor, que manterá o projeto e seguirá “com o que está bom” e melhorará o que não foi feito. Afirmou que vai “fazer entregas, melhorar o sistema de saúde, sistema de educação, sistema de segurança, porque o caxiense merece” e disse que buscará grandes investimentos do Governo Federal. Na réplica, Adiló voltou a falar sobre o que foi cumprido ou encaminhado no governo, disse que baixou impostos, que desenvolveu o setor de inovação na cidade, falou novamente sobre o túnel da Matteo Gianela e que conquistou obras com planejamento e projeto. Afirmou que precisa de “apoio político” para obras, criticou o deputado federal Maurício Marcon (Podemos) e os ataques ao presidente da República, o que inviabilizaria a obtenção de recursos para a cidade. Na tréplica, Scalco criticou a falta de verbas públicas obtidas por Adiló, disse que tem apoio de senadores e deputados federais e estaduais. Citou, ainda, a proximidade com o governador Romeo Zema, de Minas Gerais, com prefeitos de outras cidades, como Joinville, em Santa Catarina.
Segundo bloco
No segundo bloco, Adiló e Scalco responderam a perguntas de quatro jornalistas da Rádio Gaúcha Serra e Jornal Pioneiro. Cada um respondeu a dois questionamentos, por sorteio.
Titular da coluna Caixa-Forte, Juliana Bevilaqua perguntou a Scalco: “O senhor disse segunda-feira (14) na CIC que em um eventual governo irá escolher secretários por currículo e criar mecanismos de avaliação por desempenho. Se refere aos CCs ou aos servidores também? Como será? Pode detalhar essa proposta?”
Na resposta, Scalco disse que vai selecionar os CCs e os secretário por currículo e que vai cobrar metas a curto, médio e longo prazos, com metas, objetivos e indicadores para a administração municipal. Para ele, é importante medir os resultados. Disse que terá um planejamento e que as secretarias vão trabalhar em conjunto. Afirmou que a cada dois meses chamará o meio empresarial para saber onde está travado na prefeitura. Na sequência, Adiló comentou o tema dizendo que “é igual a um governo do passado” e que “o caxiense já está bastante ressabiado desse tipo de reforma”. Afirmou que implementou a lei governança “de forma inédita”, e que “Caxias está muito preparada para o crescimento”, “no rumo certo”.
A editora-chefe dos veículos, Tríssia Ordovás Sartori, perguntou a Adiló: “Se eleito, como pretende governar com menos apoio na câmara do que já tinha no atual mandato?”
Na resposta, Adiló disse que assumiu o governo com uma base de seis vereadores, mas que não teve dificuldades de aprovar projetos de interesse da cidade na Câmara de Vereadores. Afirmou que tem condições de dialogar com quem pensa diferente e que coloca o interesse da cidade acima de políticas partidárias. Disse que não vai “terceirizar o governo” e que vai encontrar apoio no Legislativo mesmo com oposição.
Na sequência, Scalco comentou sobre o tema afirmando que terá um governo e gabinete abertos, que não terá dificuldades na Câmara, e que “todos querem uma Caxias melhor”. Disse que o projeto de governo engloba “todas as ideologias” e que “tem um projeto de cidade”.
Editor de Política e titular da coluna Mirante, Ciro Fabres perguntou a Scalco: "O senhor, em um dos debates do primeiro turno a respeito da Festa da Uva, destacou que não colocaria recursos públicos e que, no entendimento do senhor, tem que ser uma festa autossustentável. A Festa da Uva acaba, de alguma forma, impulsionando o desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda, turismo, e investir, no seu entendimento, recursos públicos na Festa da Uva acaba não impulsionando o desenvolvimento da cidade também?
Scalco disse que vai pedir lei de incentivo federal para a festa, que sabe a importância do evento para o desenvolvimento da cidade, mas ressaltou que a prioridade do governo será “salvar vidas”, e que os recursos municipais serão empregados em outras esferas. Afirmou que “quando melhorar Caxias do Sul e sobrar dinheiro em caixa”, a situação poderá ser reavaliada.
No comentário, Adiló disse que “esse discurso a gente já viu”, e criticou a Festa da Uva de 2019, que não teve aporte de recursos públicos. Afirmou que “a gente tem que ser sério sempre e não quando convém”. Falou que seguirá investindo no evento para ser um indutor da cidade.
O repórter André Fiedler perguntou a Adiló: “Muito já se debateu na campanha a zeladoria da cidade, mas queria me ater aqui às áreas de lazer. Temos hoje parques importantes, que demandam melhorias, e também áreas menores espalhadas pela cidade que poderiam ser praças e espaços de lazer, mas hoje não têm estrutura. Caxias vai ter mais áreas de lazer? Elas serão qualificadas? E como fazer isso?”
Na resposta, Adiló disse que as pessoas têm razão em reclamar da zeladoria, ressaltou o período de chuva de 2024 com a tragédia climática, disse que colocou a força do município para recuperar estradas do interior e salvar vidas e citou a secretaria de zeladoria pública para centralizar o tema. No comentário, Scalco disse que pode conceder alguns parques para empresas mantenham espaços com melhorias e criticou a demora para criar a secretaria da zeladoria.
Terceiro bloco
O último bloco foi novamente de perguntas entre os candidatos com tema livre. Por sorteio, foi a vez de Scalco começar a perguntar. Ele questionou Adiló sobre o que foi concluído no plano de governo do atual prefeito. Na resposta, o candidato à reeleição disse “92% foi entregue ou muito bem encaminhado” no que diz respeito a seu plano de governo no primeiro mandato e que trabalha “com sinceridade e transparência”. Ressaltou que vereadores acompanharam o seu mandato e que as principais promessas foram feitas, como licitação da telemedicina, a agenda +UBS, quatro novas UBSs em licitação, melhorias na educação. Na réplica, o candidato do PL disse que faria uma pergunta aos eleitores, questionando se a vida dos eleitores, em relação a saúde, segurança, infraestrutura, “melhorou 92%”, em referência ao percentual de entregas citada por Adiló. Na tréplica, o tucano disse que o adversário “tenta induzir o eleitor ao erro”, e relembrou feitos de seu primeiro mandato.
Na sequência, foi a vez de Adiló questionar Scalco sobre a segurança pública, dizendo que fez “a melhor central de segurança do estado” e perguntou o projeto para a área do candidato do PL. Na resposta, Scalco disse que vai manter o que está bom, melhorar o que não está e fazer o que ainda não foi feito. Disse que a segurança precisa avançar, aumentar o número de câmeras, aplicar reconhecimento facial nas ruas e que vai solucionar problemas. Disse que fará uma central e unir as forças de segurança, que equipará a Guarda Municipal, que devolverá áreas públicas do município para a população com mais segurança e que conversará com os órgãos competentes. Na réplica, Adiló disse que o que o adversário promete já está sendo feito, que a central de segurança está ajudando a derrubar os índices criminais, que contratou 125 câmeras de segurança, semáforos, paradas de ônibus com câmeras com reconhecimento facial. Falou sobre a atual atuação da Guarda Municipal e que novos agentes serão chamados. Na tréplica, o candidato do PL disse que Adiló fez “um início de processo” e que “tem muito a melhorar”. Criticou a atual estrutura da central de segurança e que é preciso evoluir e colocar mais tecnologia.
Depois, Scalco questionou Adiló falou sobre o apoio do PCdoB à candidatura do PSDB e pediu como foi feito a aliança para o segundo turno, questionando se o partido comunista ocupará cargos em uma futura administração. Adiló disse que não fez negociações em troca de cargos, que vai manter a sua linha de trabalho e que não rejeitará votos. Afirmou que vai “governar para todos”, que aceita o voto de todos os caxienses. Adiló disse que a candidatura de Scalco “representa um risco” e criticou a vice da chapa de Scalco, Gládis Frizzo, que disse que não quer os votos “de quem pensa diferente. O prefeito disse que precisa “de uma Caxias unida” e questionou Scalco sobre o apoio do vereador Rafael Bueno, do PDT e ex-PCdoB, afirmando que “sempre foi um liberal de centro-direita" e que não tem dificuldades em conversas. Na réplica, Scalco criticou o mandato de Adiló, afirmando que “sete em cada 10 caxienses não aprovaram a sua biografia”. Ressaltou que não governa “para partidos políticos” e disse que aceita quem declara voto para ele. Na tréplica, o tucano disse que “o discurso aceita tudo”, e que a cidade o conhece.
Por fim, Adiló fez a última pergunta do debate a Scalco. Citou projetos como o parque rural automotivo e a obra do Desvio Rizzo, entre outros, e pediu o que o adversário fará sobre o tema das cidades inteligentes, citando que tem um projeto em fase final com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, antiga Corporação Andina de Fomento (CAF), no valor de R$ 50 milhões para tornar Caxias uma cidade resiliente e enfrentar condições climáticas e ser digital. Scalco disse que com dinheiro disponível vai melhorar a vida dos caxienses e que vai dar sistemas aos servidores públicos para melhores entregas. Falou que o objetivo é “melhorar a vida do cidadão caxiense” e que vai copiar o que dá certo em outras cidades. Na réplica, o tucano disse que é importante valorizar o que está sendo feito e que desenvolveu um projeto para transformar Caxias em uma cidade inteligente em todas as áreas, afirmando que Scalco deve conversar mais com os servidores e que está tornando a cidade mais tecnológica. Citou, ainda, um projeto para continuar o asfaltamento do interior. Na tréplica, Scalco disse que a população do interior tem reclamado do governo Adiló e perdas devido à falta de manutenção em estradas, e que é importante ter projetos para melhorar a vida dos agricultores e manter os jovens no campo.
Após a sequência de perguntas, Adiló Didomenico e Maurício Scalco realizaram as suas considerações finais.