O cenário político das eleições municipais de Caxias do Sul está quase definido, porém, dois partidos ainda não decidiram oficialmente para qual lado deverão seguir: o PSB e o Solidariedade. O primeiro diz que não “negará suas raízes”. E um filiado importante enfatiza: o partido irá escolher "entre A ou B”. Já a segunda sigla não deve tomar nenhum lado.
O PSB é um dos partidos mais tradicionais em Caxias do Sul, participando ativamente de diversos governos municipais em outros mandados, inclusive do atual. Chegando no final de julho, o partido ainda não divulgou oficialmente quem irá apoiar, o que está influenciando para uma divisão entre os filiados, mas a sigla elaborou o documento 40 propostas para Caxias, que foi entregue aos pré-candidatos à prefeitura Denise Pessôa (PT), Felipe Gremelmaier (MDB) e Adiló Didomenico (PSDB). Entretanto, há um elemento novo em declaração do ex-vereador e ex-vice-prefeito Elói Frizzo à reportagem: na convenção partidária (em 3 de agosto), o partido irá escolher entre “A ou B”, diz Frizzo, explicitando as alternativas lideradas pela deputada Denise e pelo prefeito Adiló.
— Na minha posição de dirigente estadual, eu tenho procurado atuar mais como um facilitador, do ponto de vista de o partido não se dividir, de marchar unido na eleição, principalmente no primeiro turno, onde vai estar em jogo a manutenção da nossa bancada e uma eventual ampliação dela. O que nos unifica internamente dentro do PSB é a luta para derrotar a direita. Na convenção, vamos definir se vamos para o lado A ou para o lado B. Basicamente, as candidaturas que estão colocadas internamente: ou de apoiar o atual prefeito ou de compor com a candidatura da Frente Popular, na razão da composição que existe em nível nacional. Mas eu não vejo problema nenhum, do meu ponto de vista, de que a nossa definição vai ser muito tranquila — revela Frizzo.
Elói também comenta que o que pode estar prejudicando essa definição é a escolha do partido em integrar Adiló durante esse mandato — com a indicação do vereador Wagner Petrini para o cargo de secretário na pasta de Habitação.
— Atrás, no ano passado, o partido entendeu em participar do atual governo, embora de forma não unânime. Isso é que nos leva a ter um cuidado do ponto de vista da discussão que nós estamos travando, para que não prejudique o nosso interesse maior de manter a nossa presença na política na cidade, na medida em que nós não estamos apresentando candidato à majoritária — comenta.
De acordo com o presidente municipal do PSB, Adriano Boff, a legenda não está com pressa e ressalta que não irá negar seu passado e nem suas raízes.
— O nosso leque de alianças, recebeu nossas propostas. Acho que desde o início achamos que é um momento político difícil e delicado nos âmbitos nacionais e municipais e que, talvez, partidos com mais tradição pudessem contribuir de uma forma melhor na questão majoritária. Infelizmente, não houve uma frente ampla pela democracia em Caxias do Sul, mas nós temos uma posição muito clara. Nosso partido tem um passado do qual nos orgulhamos e não vamos negá-lo. Além disso, não concordamos com a candidatura dessa extrema-direita que se coloca atualmente em Caxias do Sul — destaca Adriano.
Solidariedade não deve apoiar nenhuma chapa para prefeitura
Já o Solidariedade, segundo as informações do vice-presidente do partido em Caxias, Aquillino Dalla Santa Neto, não deve tomar nenhum lado nas eleições de 2024 por “divergências internas”. Ele comenta ainda que o partido não deve ter nenhum candidato a vereador. A reportagem tentou contato com o presidente do partido municipal, Antíoco Sartor, mas não obteve retorno.