Depois de cinco horas de manifestação pacífica, uma confusão foi registrada ao final do ato de apoiadores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL), na Praça Dante Alghieri, em Caxias do Sul. O motorista de um carro que passava pela Rua Sinimbu, em frente à Catedral Diocesana, se desentendeu com um dos organizadores do evento. Durante uma discussão, o condutor, um policial militar da reserva, apontou uma arma de fogo para o homem que estava a pé, junto ao veículo. Esse homem desferiu um soco no PM e o desarmou. Nesse momento, uma terceira pessoa que filmava a sequência de fatos, começou a ser agredida pelo mesmo manifestante que desarmou o PM e outros que estavam no entorno. Em seguida, ele se desvencilhou e saiu.
O PM deixou o local de carro. A arma, um revólver calibre .38, foi entregue a Brigada Militar, que logo chegou na cena.
O coronel Márcio José Rosa da Luz, comandante regional de Polícia Ostensiva da Serra, confirmou se tratar de um PM da reserva. Segundo ele, a arma é de uso particular do PM, que tem porte, e a participação dele no episódio não teria vinculação com a função que exercia na BM, portanto, em princípio, não haveria o que ele responder na esfera militar.
— A arma foi recolhida e a ocorrência foi encaminhada para a DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento) e ele já se apresentou na delegacia. Não temos informações quanto à motivação e nem sabemos o que exatamente aconteceu. Sabemos que houve uma desinteligência e na confusão ele teria sido desarmado pelas pessoas que estavam envolvidas na ocorrência — relatou o comandante, referindo que o PM deixou o local por questão de segurança.
Os envolvidos compareceram à DPPA e relataram diferentes versões do ocorrido. De acordo com a delegada Carla Zanetti, o sargento da reserva se sentiu ameaçado após ter o seu carro chutado por manifestantes mais exaltados e alegou ter sacado a arma por legítima defesa. O motivo dos golpes ao veículo não foi esclarecido.
—Foi tudo muito rápido, então foi feito um registro e será esclarecido na investigação. Foi mais um mal entendido do que propriamente uma briga — descreveu a delegada que confirmou não haver boletins de ocorrência separados e que o caso foi tratado em um registro único.