Apesar de faltar menos de um ano para a próxima eleição, a preparação da maioria dos partidos, em nível regional, ainda é bastante prematura. Contudo, alguns movimentos indicam ressurgimento ou fortalecimento de partidos em nível municipal. Casos, por exemplo, do Partido Verde (PV), PSOL e Podemos. Embora seja o próximo pleito, 2022 não é necessariamente o alvo desses partidos, que devem, sim, lançar candidatos, mas que miram especialmente a eleição municipal em 2024.
Os motivos para a mobilização das direções das legendas diferem, mas a estratégia acaba se revelando a mesma: atrair nomes de articulação política ou conhecidos do cenário eleitoral caxiense e que estavam insatisfeitos com os partidos a que pertenciam anteriormente. O PV é o que mais investe em convites atualmente para integrar a agremiação que, na última eleição, não elegeu nenhum vereador e optou por apoiar a candidatura de Edson Nespolo (PDT) à prefeitura.
Recrutamento já confirmado pelo presidente da comissão provisória do partido, Abrelino Frizzo, é o do ex-vereador e ex-presidente do PT, Alfredo Tatto, que ficou como segundo suplente no último pleito pelo PT, mas que se afastou do partido recentemente. Tatto disse à reportagem que não vai comentar em primeiro momento sobre seu vínculo com o PV. Abrelino tampouco sabe confirmar se houve a filiação oficial de Tatto ao PV, mas já tem o nome do ex-petista como certo para contribuir na articulação do partido, embora não deva concorrer na eleição do ano que vem.
Além de Tatto, outros nomes conhecidos convidados para integrar o PV, foram os do ex-prefeito Mansueto Serafini (atualmente no PTB), Idair Moschen (PSB), além de sondagens com o ex-vereador Alberto Meneguzzi (licenciado do PSB) e Nelson Acioly, o Nelson da Locadora, liderança do bairro Cruzeiro.
Conforme Abrelino, Tatto pode convidar filiados ou ex-filiados do PT para o partido, assim como os novos recrutados de outros partidos podem exercer o mesmo efeito-dominó.
Abrelino destaca que a ideia é iniciar as articulações o quanto antes, mas que o foco é mesmo as eleições de 2024:
— Estou mais preocupado em preparar o partido para daqui três anos. Se tivermos uns 10, 12 (nomes para) vereadores com chances, podemos ter uma campanha mais estruturada.
Abrelino exerce a presidência do partido, que deve ser assumido por Antioco Sartor, atualmente na Rede, mas que também deve migrar sua filiação.
Podemos e PSOL em recrutamento
O PV ocupa uma posição de centro-esquerda e naturalmente mira nomes que simpatizam com posicionamentos mais centristas. Também de centro, porém mais para a direita, o Podemos se reconstrói após ter o ex-vice-prefeito Antonio Feldmann, que concorreu à prefeitura de Caxias, como referência. O partido não elegeu nenhum vereador e Feldmann voltou para o MDB, deixando praticamente o partido abandonado.
O ex-PSDB Itacir Pegoraro decidiu tomar as rédeas do partido e atualmente preside a comissão provisória. Desde então, a legenda se recompôs com ex-filiados do PSDB, PSL, PSC, Solidariedade e Republicanos. Desse último partido, inclusive, foram recrutados dois ex-secretários da gestão de Daniel Guerra: Mirangela Rossi, que comandava a pasta de Urbanismo, e Claudir Bittencourt (ex-Habitação). Porém, a grande aposta do partido é por Mauricio Marcon (sem partido), vereador mais votado da última eleição em Caxias e que foi recentemente expulso do Novo. Marcon disse que só deve tomar decisão ano que vem, mas, para Pegoraro, o nome dele surgiria já encaminhado para uma candidatura.
— Em primeiro momento, desde que assumimos o partido, falamos que teremos candidato a estadual. Abrimos porta para o Marcon, não nos deu sinal, mas se aceitasse iria a federal. Fazemos o trabalho de abrir portas, não só para o Marcon, temos gente do Republicanos, temos ex-secretários do governo de Daniel Guerra, gente do PSL, PSDB, PSC, Republicanos, vindo alguém do Solidariedade... — ressalta o presidente.
Em processo semelhante, o PSOL busca principalmente em nomes dissidentes do PDT caxiense a sua reformulação na cidade. O ex-candidato a prefeito pela Rede e a vereador Vitor Hugo Gomes e o ex-integrante do diretório municipal e estadual do PDT, Jonatan Fogaça, lideram a busca por descontentes com os rumos do ex-partido deles em Caxias. O foco é encontrar integrantes mais da esquerda, naturalmente.
PARTIDOS RESSURGEM
PV
- Recrutou o ex-vereador e suplente do PT na última eleição, Alfredo Tatto.
- Também foram convidados a integrar o partido o ex-prefeito Mansueto Serafini (atualmente no PTB), Idair Moschen (PSB), além de sondagens como o ex-vereador Alberto Meneguzzi (licenciado do PSB) e Nelson Acioly, o Nelson da Locadora, liderança do bairro Cruzeiro.
- Tendência é de que a reformulação ocorra com dissidentes de partidos de esquerda e centro-esquerda, como PT e PSB, principalmente.
Podemos
- Recrutou os ex-secretários do governo Guerra Mirangela Rossi, que comandava a pasta de Urbanismo, e Claudir Bittencourt (ex-Habitação).
- Convidou o vereador mais votado da última eleição em Caxias, Mauricio Marcon (sem partido).
- Tendência é de apostar em perfis de direita e centro-direita, especialmente de partidos como PSL, PSDB e Republicanos
PSOL
- Recrutou ex-candidato a prefeito e a vereador Vítor Hugo Gomes e o ex-integrante do diretório municipal e estadual do PDT, Jonatan Fogaça.
- Os dois buscam recrutar a ala de esquerda do PDT, insatisfeita com os rumos do partido em Caxias.
- Outra aposta é buscar maior capilaridade da legenda em Caxias com articulação de representações e relações estaduais, como as deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna.