Em pronunciamento na tarde de ontem, em Brasília (DF), o presidente da República Michel Temer (MDB) afirmou que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) está convidado a participar da reunião de cúpula do G20, grupo que une as maiores economias industrializadas e emergentes do mundo. O encontro acorrerá no final deste mês, em Buenos Aires, na Argentina.
Temer e Bolsonaro falaram brevemente à imprensa após a primeira reunião de transição. O atual presidente afirmou que esse é um momento em que os brasileiros devem se unir para que o novo governo seja bem-sucedido.
– O momento político-eleitoral já passou. Agora, estamos em um momento político-administrativo, e é hora de todos os brasileiros se unirem, se irmanarem – declarou.
Bolsonaro disse que deseja contar com a "experiência" de Temer para a transição de governo:
– O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência.
Lista de prioridades
Temer explicou que pediu uma relação de projetos que estão em tramitação no Congresso e que sejam de interesse de Bolsonaro, e garantiu que o atual governo se empenhará para aprová-los.
– Estamos dispostos a colaborar intensamente, não é uma colaboração formal, mas verdadeira – afirmou.
Embora não tenha sido citada nominalmente pelo emedebista, a reforma da Previdência é uma das principais pautas em discussão entre os dois.
Temer entregou ao presidente eleito um documento de 125 páginas, com um balanço do governo dele e as chaves do gabinete presidencial, como forma simbólica de marcar o período de transição. Ele afirmou que terá “prazer” em entregar as chaves do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro, após a posse.
Também participaram da audiência o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o atual ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o senador eleito Flávio Bolsonaro.
Autonomia dos poderes em pauta com Dias Toffoli
Após encontro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, na manhã de ontem, Bolsonaro destacou a importância do diálogo e de um pacto constitucional, com a colaboração entre todos os poderes da República para solucionar os principais problemas do país.
– Nenhuma pessoa sozinha vai salvar a nossa pátria – destacou Bolsonaro.
Entre os desafios “urgentes” citados pelo capitão da reserva, estão as questões fiscal e previdenciária e a da segurança pública.
Em um rápido pronunciamento, o presidente eleito afirmou que cada vez mais é preciso trabalhar em conjunto, respeitando a autonomia dos Poderes, mas em colaboração.
Toffoli defendeu um pacto nacional com o presidente eleito e os demais poderes para fazer o país sair da crise, e afirmou:
– Bolsonaro será o presidente de toda a nação brasileira.
Também estava no encontro o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito.