Em nota publicada nesta quarta-feira, os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, reforçaram a inocência do ex-presidente e afirmaram que o juiz Sergio Moro "deixou seu viés e sua motivação política claros desde o início até o fim deste processo".
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Segundo os dois, "nenhuma evidência crível de culpa foi produzida, enquanto provas esmagadoras de sua inocência são descaradamente ignoradas". Eles destacaram que irão provar que Lula é inocente em "todas as cortes não tendenciosas, incluindo as Nações Unidas".
Confira a nota:
"O presidente Lula é inocente. Por mais de três anos, Lula tem sido objeto de uma investigação politicamente motivada. Nenhuma evidência crível de culpa foi produzida, enquanto provas esmagadoras de sua inocência são descaradamente ignoradas. Este julgamento politicamente motivado ataca o Estado de Direito do Brasil, a democracia e os direitos humanos básicos de Lula. É uma grande preocupação para o povo brasileiro e para a comunidade internacional.
O juiz Moro deixou seu viés e sua motivação política claros desde o início até o fim deste processo. Seu julgamento envergonhou o Brasil ao ignorar evidências esmagadoras de inocência e sucumbir a um viés político, ao mesmo tempo em que dirige violações contínuas dos direitos humanos básicos e do processo legal. O julgamento prova o que argumentamos o tempo todo – que o juiz Moro e a equipe do Ministério Público na Lava-Jato foram conduzidos pela política e não pela lei.
O presidente Lula tem sido vítima do lawfare, o uso da lei para fins políticos, famoso método foi usado com efeitos brutais em diversas ditaduras ao longo da história. Este julgamento politicamente e tendencioso mostra bem como os recursos judiciais do presidente Lula foram esgotados internamente e por que foi necessário encaminhar este caso para o Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra.
Ninguém está acima da lei, mas ninguém está abaixo da lei. O presidente Lula sempre cooperou plenamente com a investigação, deixando claro para o juiz Moro que o local para resolver disputas políticas são as urnas, não as cortes de justiça. A investigação teve um impacto enorme na família de Lula, sem deixar de mencionar sua esposa Marisa Letícia, que morreu tragicamente este ano.
O processo foi um enorme desperdício do dinheiro dos contribuintes e envergonhou o Brasil internacionalmente. É tempo agora para reconstruir a confiança nas leis brasileiras e o juiz Moro deveria se afastar de todas suas funções.
Nós provaremos a inocência de Lula em todas as cortes não tendenciosas, incluindo as Nações Unidas.
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados do ex-presidente Lula."
Leia também a nota publicada pelo Instituto Lula na noite desta quarta-feira:
"Absolvição não repara danos causados à imagem do Instituto Lula
A sentença do juiz Sergio Moro é mais um episódio da perseguição judicial e midiática movida contra o ex-presidente Lula, com objetivos políticos. O juiz não levou em conta os fatos, que provam a inocência de Lula. A decisão baseia-se exclusivamente na palavra de um réu, em troca de benefícios penais que lhe foram concedidos. Por isso, há de ser revista nas instâncias superiores.
Mesmo tendo reconhecido que não houve ilegalidade no armazenamento do acervo pelo Instituto Lula – e absolvendo seu presidente, Paulo Okamotto – o juízo de Curitiba produziu sérios danos a imagem da instituição, por ter aceito a leviana denúncia do Ministério Público Federal. A absolvição não reverte o prejuízo institucional, pessoal e material de quem foi injustamente acusado.
O ex-presidente Lula dedicou sua vida à luta pela igualdade e justiça social. Enfrentou a prisão, na ditadura, por defender os direitos dos trabalhadores. Superou todo tipo de preconceito e tornou-se, pelo voto popular, o primeiro presidente do Brasil vindo das classes trabalhadoras. Promoveu o maior período de desenvolvimento com inclusão social. É mundialmente conhecido e respeitado por ter tirado milhões de pessoas da fome e da miséria.
Este é o legado de Lula, que permanece na memória e no coração do povo brasileiro.
O ex-presidente nunca se colocou acima da lei, mas também não pode ser subjugado pela má aplicação do direito. Lula não é e nunca foi dono do apartamento do Guarujá. Ele provou sua inocência e seus acusadores não provaram sua culpa.
A injusta sentença de hoje não vai impedir o ex-presidente Lula de continuar lutando por um país melhor e mais justo para todos os brasileiros".