As divisões no PMDB caxiense, diante da decisão de não apresentar candidato próprio à prefeitura, ficaram nítidas durante a disputa, que teve como resultado a derrota da chapa Edson Néspolo (PDT) e Antonio Feldmann (PMDB). As reações contrárias à permanência com a condição de vice; o desinteresse em ouvir a opinião dos filiados; o carguismo na administração; o pouco caso ao indicativo, mediante pesquisas internas, de que o PMDB teria bom resultado com candidatura majoritária, e a declaração de Feldmann de que o vice deveria ser outro, foram ingredientes que contribuíram para abrir as feridas. Agora, o partido precisa trabalhar duro para cicatrizá-las.
Mesmo que a decisão de seguir como coadjuvante tenha sido selada pelos caciques ainda quando foi formada a coligação na disputa de 2004, era óbvio que haveria dificuldade de continuidade após 12 anos juntos. Não colou a imagem que tentavam passar de que o PMDB estava unido, de olho na concretização do quarto andar (oito anos para o PMDB e oito para o PDT).As divergências públicas envolvendo, por exemplo, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) e o deputado federal Mauro Pereira (PMDB), e a derrota ao presidente do partido Ari Dallegrave, que queria candidatura própria e acabou licenciando-se, escancararam o desgaste na relação.
Aliás, chama atenção que o presidente interino José Luiz Zechin de imediato passou a falar em candidatura própria em 2020. A intenção é aglutinar. Já Feldmann silencia. Recusa-se a falar publicamente sobre o resultado, diz que vai se manifestar no diretório do PMDB. Sinal de cobrança interna.