A Caxias do Sul que escolhe seu novo prefeito neste domingo, em segundo turno, é uma cidade fascinante e complexa. Pela diversidade da formação histórica e cultural, bem como de sua economia, pela composição da população. Hoje, somos 479.236 caxienses, segundo o dado mais atualizado pelo IBGE.
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O novo prefeito – Daniel Guerra, do PRB, ou Edson Néspolo, do PDT – terá o desafio de melhor aproveitar a força e a criatividade dessa diversidade e riqueza, bem como um orçamento de R$ 1,9 bilhão projetado para 2017, para oferecer respostas aos problemas que ainda existem.
Entre eles, os números negativos recentes da economia e do emprego. Só este ano, de janeiro a setembro, houve 4.138 postos de trabalho fechados em Caxias. São quase 10 mil, ou 9.995, nos últimos 12 meses. Essa realidade é atingida duramente pela crise nacional e internacional, mas um município pode desenvolver medidas estratégicas para estimular a atração de empresas e outras ações para dar um empurrão visando à retomada do crescimento.
Outra lacuna crônica é a da oferta de vagas para a educação infantil. Segundo dados de agosto passado, há 5.159 crianças na fila, e muitos pais obtêm vagas por meio da chamada judicialização.Em muitas áreas Caxias do Sul já avançou ao longo da história e das últimas administrações, culminando com o que se vê hoje.
Em limpeza urbana e saneamento, por exemplo, tornou-se referência. O asfalto chegou com força ao interior, embora ainda existam tarefas a serem feitas. Mas são as lacunas que desafiam, bem como conduzir questões polêmicas, como o enxugamento de CCs (os cargos em comissão) e a revisão da concessão do transporte coletivo.
Para 2017, está prevista também a revisão do Plano Diretor. São assuntos que o novo prefeito deverá conduzir com habilidade e sabedoria. E tem a continuidade dos investimentos e obras para promover uma mobilidade melhor, mais qualidade de vida e tornar Caxias uma cidade mais humana.
Desafios não faltam, portanto. A campanha foi acirrada em segundo turno, e encerrou-se à meia-noite desta sexta-feira, com o último debate na RBS TV. Os embates evoluíram para o enfrentamento entre os candidatos, mais do que era desejável, apagando um pouco as discussões e as luzes sobre os desafios, propostas e soluções para a cidade.
A eleição em segundo turno será a segunda oportunidade para o teste da identificação biométrica do eleitor caxiense. Em primeiro turno, cerca de 40 mil deles, ou 15,07% do eleitorado, tiveram problemas para serem reconhecidos pelo novo sistema. Um número que agradou à Justiça Eleitoral, pois ficou abaixo da média.
O momento, agora, é de reflexão e escolha para os 293.417 eleitores de Caxias do Sul. Domingo, é a hora do voto. A Justiça Eleitoral está prevendo que o nome do novo prefeito seja conhecido por volta das 18h30min. Seja quem for ele, o horizonte da cidade se descortina até 2020. Será chegada a hora de ouvir a população, trabalhar, oferecer respostas e melhorar a vida dos caxienses.
RAIO-X
População atualizada: 479.236 pessoas
Eleitores: 293.417
Orçamento previsto para 2017: R$ 1,9 bilhões
Postos de trabalho fechados: 4.138 (de janeiro até setembro) e 9.995 (últimos 12 meses)
Demanda educação infantil: 5.159 crianças na fila (dado até agosto)