Empresário Ricardo Golin anuncia desfiliação do PP de Caxias do Sul

Um dos líderes comunitários mais respeitados de Caxias, o empresário Ricardo Golin está deixando o Partido Progressista (PP).

- Nós pensamos muito diferente, por isso vou ficar desfiliado - disse, poucas horas após o partido decidir apoiar a aliança formada por Alceu Barbosa Velho (PDT) e Antonio Feldmann (PMDB).

Golin esteve a um passo de ser vice de Pepe Vargas (PT), com o apoio da direção estadual e da maior líder do PP, senadora Ana Amélia Lemos. Só não foi porque Pepe virou ministro.

- A vitória da ala que se contenta por cargos e uma secretaria de segunda linha é vergonhosa - acrescentou, num ataque direto ao presidente do partido, Guila Sebben, que até abril ocupou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Golin, que defendia a composição com Marisa Formolo, classificou a atual direção de covarde:

- Na política, assim como na vida, é preciso correr riscos.

Para o empresário, o PP comete o mesmo erro de 2008, quando não elegeu ninguém, nem à majoritária, nem para vereador. E, em se tratando do mesmo erro, projeta o mesmo resultado.

Na visão do dissidente progressista, caso não eleja vereador, o PP só não se extinguirá em Caxias "por sorte".

Essa sorte tem nome: Ana Amélia Lemos.

A senadora precisará do envolvimento dos 1,8 mil filiados na cidade para sua provável candidatura ao governo do Estado, em 2014.

Aliás, Golin está chateado com a senadora:

- A Ana Amélia fez falta. Estamos no segundo maior colégio eleitoral do Estado, e só isso justifica que ela tivesse sido mais incisiva na defesa da presença do PP na majoritária (a prefeito ou vice).

Tanto Golin quando o presidente do partido, Guila Sebben, garantem que, após a ida de Pepe para o ministério, a senadora não interferiu nos rumos do PP local.

Ana Amélia lamentou a saída de Golin do PP:

- Lamento profundamente, é um homem respeitável, notável. Eu e o Golin vivemos problemas parecidos, pois em Porto Alegre defendo a Manuela D' Ávila, e o diretório prefere o José Fortunatti. Mas devemos pensar na governabilidade, que às vezes se sobrepõe à questão ética.

Sobre sua participação, resume:

- Eu não sou dona do PP