Acusado de ser o mandante do assassinato de Miguel Ângelo Siega, 49 anos, o réu Marcelo Borsato, 29, não compareceu ao júri marcado para a manhã desta quinta-feira (18), em Vacaria. Sem a presença de Borsato no plenário do Fórum, o promotor de Justiça Eugênio Amorim solicitou a prisão do réu, que foi decretada pela Justiça. Já o novo julgamento foi transferido para 13 de julho.
Borsato seria julgado novamente pelo crime, que aconteceu em 2012, em Muitos Capões, porque o primeiro julgamento realizado em 9 de outubro de 2019 foi anulado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). A anulação aconteceu porque defesa dele utilizou um documento que não havia sido anexado ao processo. O acusado é apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MP), como mentor, financiador e mandante do assassinato de Siega.
De acordo com a Promotoria, a defesa pediu o adiamento do julgamento porque Borsato não teria sido intimado. Porém, ainda conforme a Promotoria, o acusado foi procurado por oficiais de justiça em três endereços cadastrados no processo, mas não foi localizado. O réu também não teria atendido nos números de telefone cadastrados no Tribunal de Justiça.
O MP aceitou o pedido da defesa de adiamento do novo júri, porém solicitou prisão de Borsato. Conforme a Promotoria, o réu, quando teve a prisão preventiva revogada, deveria ter respeitado condições para manter-se em liberdade provisória, como informar se houvesse uma mudança de endereço. No entendimento do MP, isso não foi respeitado e, por isso, o novo pedido de prisão foi feito, sendo acatado pela Justiça.
Siega foi morto com dois tiros de revólver na estrada Vila Ituim, na localidade de Santa Rita, em Muitos Capões. Ele era empresário do agronegócio e foi chamado pelo então sócio, Marcelo Borsato, para uma reunião em uma casa naquela região. A investigação apontou que, na estrada, a vítima foi abordada por Ederson Luiz Ferreira, autor dos disparos e que era funcionário da dupla. A polícia apontou que Ferreira estava acompanhado por Eduvar da Silva Padilha.
Conforme as autoridades, a motivação para o crime teria sido que Siega cobrou dívidas de Borsato. As investigações apontam ainda que o acusado de ser o mandante do crime teria encomendado o assassinato a Ferreira e Padilha — eles receberam dois Vectras como pagamento. Os trio foi indiciado pela polícia e denunciado pelo MP. Ferreira foi morto antes de ser julgado e Padilha foi condenado a oito anos de prisão.
A reportagem aguarda manifestação da defesa de Borsato.