Após dois anos e 10 meses, três réus respondem ao Tribunal do Júri de Caxias do Sul acusados de matar Mateus Martins da Fonseca, 24 anos. A vítima foi executada com 13 tiros dentro de um Gol na Estrada do Caranguejo, no bairro São Victor Cohab, em 12 de janeiro de 2020.
Conforme a denúncia, Jonathan Robson Castilhos da Silva 25, Robson Luiz dos Santos Souza, 23, e Joilson Almeida Rodrigues, 26, fazem parte de uma facção criminosa que pretendia dominar a venda de drogas no bairro Planalto. Também é réu por este crime Edenilson Cavalheiro Caetano, contudo, o processo foi dividido e ele será julgado no dia 17 de novembro.
Na manhã desta quarta-feira (19), em Caxias, duas testemunhas foram ouvidas e os réus interrogados. O trio é representado pelos defensores públicos Claudio Luiz Covatti, Fabrício Balbinotti Ferrari e Domingos Barroso da Costa. A acusação é feita pelo promotor Ronaldo Lara Resende.
Para o Ministério Público (MP), o homicídio foi qualificado por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima. A denúncia relata que, na ocasião, por ordem de Silva, os três denunciados convidaram Fonseca para uma festa e depois o atraíram até a Estrada do Caranguejo, onde ele foi executado.
Na prisão de Souza e Caetano, e também no carro em que a vítima foi morta, os policiais apreenderam celulares onde haviam diversas mensagens que, segundo o MP, não deixam dúvida sobre o envolvimento dos quatro denunciados com o crime organizado. As mensagens, a maioria em áudios, demonstram como Silva, conhecido como Diabinho, estava dentro do sistema prisional e, mesmo assim, seguia se comunicando com os comparsas. Do presídio, também determinava a prática de crimes, segundo o MP. Em uma dessas conversas, fica explícito o interesse do grupo em dominar o tráfico de drogas no bairro Planalto. Mateus, chamado pelos acusados pelo apelido de Sapo, é apontada como sendo um dos integrantes do grupo que estaria vendendo para os rivais.
Os quatro réus permaneceram recolhidos em prisão preventiva durante todo o processo.
Em juízo, Silva negou participação no homicídio ou pertencer a uma facção criminosa. Ele alegou estar preso desde 2017. O réu respondeu que conhecia a vítima por já terem ficado presos juntos e negou conhecer os outros três réus. Questionado sobre as mensagens e publicações em redes sociais encontradas pela polícia, Silva negou ter acesso a celular dentro da prisão. Caetano declarou-se inocente, assim como Rodrigues. Já Souza permaneceu em silêncio.