O choro constante de duas crianças vindo de uma residência preocupou moradores de Farroupilha na manhã deste sábado (30). Acionada, a Brigada Militar (BM) arrombou a porta da moradia e encontrou, sozinhos, sem a presença de um responsável, um de bebê de um ano e quatro meses e um menino de três anos. A mãe, uma mulher de 30 anos, estava fora de casa e foi localizada depois pela polícia, que a autuou por abandono de incapaz. Ela argumentou que estava trabalhando e que não tinha com quem deixar os filhos.
Os policiais foram acionados às 9h50min por uma vizinha que relatou o choro constante de crianças . A moradora disse que tentou contato telefônico com a mãe, sem sucesso. Na casa, os policiais encontram o bebê descalço e sem a parte debaixo da roupa; já o menino estava sentado na cama com sinais de frio.
Conforme o relato no registro policial, a casa estava em situação insalubre, com lixo jogado pelo chão, roupas espalhadas pela residência, fios de luz desencapados ao alcance das crianças e um vidro da porta principal quebrado.
Segundo a BM, o Conselho Tutelar foi acionado por telefone e informou que não compareceria ao local. Pelo telefone, a mãe foi advertida pela conselheira e informada que deve comparecer no Conselho na segunda-feira (1º).
O responsável pelo caso, a partir de segunda-feira (1º) será o delegado Éderson Brilhan, da Polícia Civil de Farroupilha. Ele explica qual será o encaminhamento:
— Vamos instarurar inquérito, já comunicamos o fato ao Conselho Tutelar e faremos isso ao Ministério Público. Vamos apurar se houve uma eventual omissão da mãe, nesse caso, e dar encaminhamento a esses dois órgãos para que se dê início a proteção das crianças. E quanto a questão criminal da mãe vamos apurar no inquérito.
Brilham revela ainda que o abandono de crianças tem sido um fato corriqueiro e pode acarretar, sim, em responsabilização dos pais ou responsáveis.
— Infelizmente é uma prática rotineira. Não é incomum no nosso dia a dia nos depararmos com pais ou responsáveis que saem, seja para trabalhar ou qualquer outro motivo e abandonam as crianças em casa. Se considera criança até os 12 anos e a responsabilidade é exclusiva dos pais ou responsáveis. A partir dessa idade há um tratamento diferente. Mas independentemente da idade, os pais ou responsáveis não podem ser omissos.