A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul tem certeza de que a morte da dançarina Dhiuliane Damiani Martins, 32 anos, foi encomendada. Nesta tarde, a equipe da delegacia prendeu temporariamente o suposto mandante do crime. Além do mandado de prisão, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A delegada que coordena a investigação, Thalita Andrich, diz que a pessoa presa é um homem adulto, com forte vinculação à vítima, mas não revela a identidade nem a idade exata porque o autor confesso do assassinato é um adolescente de 15 anos e também em função da Lei de Abuso de Autoridade. O adolescente foi apreendido após atirar contra a vítima. O crime ocorreu por volta das 16h do dia 29 de dezembro, na Rua Visconde de Pelotas, quase em frente a onde Dhiuliane morava, ao lado da agência dos Correios, que fica esquina com a Sinimbu.
Segundo a delegada, um dos mandados cumpridos nesta tarde foi na casa de uma família onde o adolescente estava morando desde que chegou em Caxias, vindo de São Jerônimo, na Região Metropolitana. Os outros locais são a casa onde mora o suposto mandante e uma outra casa de pessoas que têm ligação com o adolescente e que podem estar envolvidas. Os locais também não foram divulgados. Foram apreendidas as roupas e pertences do adolescente e celulares em todos os locais.
– É uma pessoa (preso) que tem vínculo próximo com ela. As investigações nos conduziram primeiro a perceber que o adolescente não falava a verdade com relação a muitos pontos do fato. Também analisamos as imagens do dia, do local, e a maneira como ele estava no momento da prisão e percebemos que ele não estava morando na rua. Conseguimos coletar novas informações sobre o local onde ele estava em Caxias. Com base em diligências dessa semana, chegamos ao suposto mandante. Estamos tentando entender qual a vinculação dessas outras pessoas onde cumprimos os mandados de busca, para ver se houve intermediação e como foi essa contratação dele – explicou a delegada.
Segundo a delegada, a polícia sabe que a arma que ele usou para atirar em Dhiuliane, um revólver 38, não foi trazida pelo adolescente. Ainda é preciso esclarecer se ele comprou, alugou ou se a arma foi entregue a ele por alguém em Caxias.
O advogado que assumiu a defesa do homem preso como suposto mandante do crime, Ivandro Bitencourt Feijó, foi até a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), no começo da noite desta sexta-feira, onde o suspeito estava sendo ouvido. Depois de conversar com o cliente, o defensor falou que ele se diz inocente. Questionado sobre a medida que tomaria em relação à prisão, Feijó disse que não entrará com habeas corpus nesse momento:
– Ainda não, vou me habilitar na investigação tomar cópia, entender melhor as conclusões da autoridade policial e judiciária na decretação da prisão temporária.
Até as 20h30min desta sexta-feira, o suposto mandante não havia prestado depoimento à polícia. Com mandado de prisão temporária, segundo a delegada, ele continuaria detido até a polícia “concluir e entender se é realmente necessário manter ele preso ou não”. Um outro suspeito fugiu do local onde o suposto mandante foi detido pouco antes da chegada da polícia.
A família de Dhiuliane organiza uma manifestação no próximo sábado (16), com saída da Praça Dante Alighieri às 17h, e caminhada até a esquina das ruas Sinimbu com a Visconde de Pelotas, onde aconteceu o crime. Segundo Adriana Rodrigues, irmã da vítima, a família pede paz e o total esclarecimento do crime