Cinco suspeitos morreram em confronto com a Brigada Militar (BM) no início da manhã desta quarta-feira (14) em Caxias do Sul. A troca de tiros aconteceu na RS-453 (Rota do Sol), após uma perseguição que iniciou no bairro Pioneiro, onde os criminosos atacaram um ponto de venda de drogas que pertenceria a um grupo rival. Os mortos ainda não foram identificados oficialmente.
Segundo o major Diego Soccol, durante entrevista ao programa Gaúcha Hoje da Rádio Gaúcha, a BM possuía informações sobre uma disputa de territórios para o tráfico de drogas entre facções e que um atentado poderia acontecer no bairro Pioneiro. O relato é que os criminosos viriam de Farroupilha para atacar os rivais. O 4º Batalhão de Choque foi acionado e monitorou a região durante toda a madrugada.
O ataque aconteceu por volta das 4h15min. O alvo foi uma residência da Rua Egídio Antônio Marcarini, que seria utilizada para a venda de drogas. Pelas primeiras informações, não houve feridos nesse ataque. Os atiradores estavam em um Voyage branco, que fugiu para a Rota do Sol.
Houve perseguição em direção a Farroupilha até a curva próxima da chamada Ponte Seca, sobre o arroio Tega, no quilômetro 73, onde os suspeitos desembarcaram. Os policiais foram alvejados a tiros de espingarda e pistola. A reação dos brigadianos levou à morte dos cinco suspeitos.
Na sequência, um sexto suspeito foi encontrado em um matagal daquela região. Ele usava um colete balístico e portava um revólver .38. O criminoso atirou contra os PMs e foi baleado. Ele estava em uma ribanceira e foi resgatado pelos bombeiros. O suspeito, que não teve a identidade divulgada, foi socorrido pelo Samu e encaminhado para um hospital.
Na ação, foram apreendidos um fuzil calibre 5,56, uma pistola 9mm, duas pistolas calibre .380, dois revólveres .38, dois coletes balísticos e rádios na frequência da BM. Nenhum policial militar ficou ferido no confronto.
O trânsito da RS-453 ficou bloqueado nas duas pistas no sentido BR-116-Farroupilha e foi liberado às 8h. Os bombeiros realizaram a lavagem da pista.
Trabalho de inteligência combate grupos de matadores do crime organizado
A ação policial desta manhã é uma consequência de uma nova disputa entre lideranças do crime organizado, que foi apontado como a explicação para os diversos tiroteios com dois mortos e quatro baleados na semana passada. O ponto central dos ataques estava no bairro Euzébio Beltrão de Queiroz, aterrorizando os moradores.
O aumento desta violência fez a polícia buscar pelos "matadores" da facção. São grupos de jovens cooptados e armados para fazer estas execuções a mando de lideranças do tráfico de drogas que já estão recolhidos em cadeias, mas ainda tem acesso a celulares. A forma de prevenir estes homicídios é pela prisão ou confronto com estes grupos criminoso.
Esta forma de agir do crime organizado já é conhecida 2016. Em 16 de outubro daquele ano, um casal foi executado com mais de 40 tiros no bairro Planalto. A BM localizou o HB20 dos suspeitos e houve perseguição até a Vila Ipiranga, onde um confronto aconteceu em uma escadaria. Quatro criminosos com idades entre 19 e 34 anos morreram no local. Um quinto suspeito foi preso em flagrante. Dois anos depois, ele foi condenado a 36 anos de prisão pelo duplo homicídio e por atirar contra os PMs.
Outro confronto com esta quantidade de mortes aconteceu em novembro de 2017. Na ocasião, a BM realizava uma incursão de combate ao tráfico de drogas no bairro Primeiro de Maio quando aconteceu a troca de tiros. Quatro criminosos entre 19 e 23 anos morreram no confronto. Sete armas de fogo foram apreendidas naquela ação.
Desde 2016, 56 suspeitos morreram em confronto com policiais em Caxias do Sul.