A Polícia Civil concluiu que o motorista de aplicativo Mateus Pereira de Campos, 33 anos, foi assassinado em um crime encomendado por uma pessoa conhecida pela vítima e de relação muito próxima. O motorista de Caxias do Sul desapareceu no dia 28 de setembro de 2019, quando seu carro, um March branco, foi incendiado próximo da BR-116, entre Campestre da Serra e Vacaria. Duas semanas depois, um agricultor encontrou o corpo de Campos parcialmente enterrado.
Após um ano de investigações, a Polícia Civil apontou que um conhecido da vítima planejou o assassinato e contratou três criminosos de Vacaria. Esta pessoa foi flagrada por câmeras de monitoramento desembarcando de um Vectra verde, que pertencia a um dos suspeitos e que foi utilizado no homicídio. Esse Vectra foi abandonado perto do local do homicídio.
A suspeita de ser a mandante do crime prestou três depoimentos à Polícia Civil. Segundo o delegado Anderson Silveira de Lima, foram três versões diferentes sobre os fatos e com várias contradições:
— No dia do crime, os executores foram vistos neste Vectra verde. Esse automóvel também aparece em uma câmera largando esta suspeita a poucos metros de sua casa em Caxias do Sul. Na primeira versão, ela disse quie foi sequestrada, mas não é o que aparece nas imagens. Esse Vectra era de um desses autores, que tentou despistar e se livrar do veículo após o crime.
A Polícia Civil também descartou que o motorista tenha sido morto durante uma corrida de trabalho. Segundo as investigações, foi essa pessoa de relação próxima a Mateus que o convenceu a ir até Vacaria.
— Essa corrida foi só uma história, uma invenção dessa suspeita que não se confirmou. Ela o convidou a vítima para ir até a Vacaria. É uma pessoa de confiança, por isso ele foi tranquilo. Estava feita a emboscada. É esta pessoa que pede para parar o automóvel durante a viagem e é neste momento que o motorista é raptado e levado até o local da execução — explica o delegado Lima, que afirma que o crime teve motivação passional, mas sem dar mais detalhes.
Sobre os três executores do assassinato, a Polícia Civil relata que são criminosos de Vacaria e com diversos indiciamentos por crimes de roubo e furtos. Dois deles estão presos em razão de um assalto cometido há 20 dias no município de Muitos Capões.
A relação da mandante do assassinato com o motorista de aplicativo não é divulgada em razão da legislação vigente sobre abuso de autoridade, pois identificaria a investigada. A Polícia Civil representou por duas vezes pela prisão preventiva desta suspeita, mas os pedidos foram negados pela Justiça.
O inquérito policial sobre o homicídio de Campos será concluído nesta semana. No relatório, o delegado Lima afirma que representará novamente pela prisão preventiva dos quatro envolvidos neste assassinato por encomenda.