Em interrogatório na Polícia Civil de Bento Gonçalves, a esposa de Sérgio Szczepanik, 51 anos, confessou ter esfaqueado o marido e alegou legítima defesa. Segundo o depoimento, o homem possuía histórico de violência doméstica e, no dia 1º de abril, a atacou com uma enxada. Inicialmente, o caso foi relatado como um suicídio. No entanto, peritos apontaram que o ferimento não era compatível com a versão. A investigada não teve a identidade divulgada pela Polícia Civil.
O caso aconteceu na residência do casal, na Rua Arcindo Garbin, no bairro Fátima, na quarta-feira passada. Quando a Brigada Militar (BM) foi acionada, Szczepanik foi encontrado caído e com um ferimento no peito. A mulher estava em estado de choque e precisou ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A versão inicial foi de suicídio.
— O próprio médico legista, ao fazer a necropsia, alertou sobre a possibilidade de não ser um suicídio. Com isso, pedimos para conversar com a mulher e, ontem (segunda-feira), ela confessou a autoria da facada. A versão dela é que o homem tinha uma enxada nas mãos para agredi-la e, por isso, ela deu este único golpe de faca para cessar a agressão — relata o delegado Álvaro Becker.
A Polícia Civil confirma que Szczepanik possuía diversas ocorrências de violência doméstica e já havia sido preso. No entanto, a esposa nunca solicitou medidas protetivas contra o marido.
— A mulher fazia o registro (das agressões), mas não dava prosseguimento — explica o delegado Becker.
A 2ª DP investiga o caso como um homicídio simples. A análise sobre a tese de legítima defesa caberá ao Poder Judiciário. Como a mulher possui endereço fixo, não tinha antecedentes e existe um histórico de violência doméstica, o delegado Becker entende que não é necessária uma prisão cautelar.
Este é o oitavo assassinato registrado em Bento Gonçalves em 2020.