Segunda vítima de assassinato em Caxias do Sul em 2020, Altemir Wiater, 50 anos, era uma vizinho popular no bairro Serrano. O colorista aposentado continuava a trabalhar com pintura no bairro para dar a melhor vida possível para a família, como lembra uma das filhas, Thaís, de 25 anos. Wiater foi morto no sábado (11) e foi velado e sepultado no domingo (12) em Alpestre, sua cidade natal, município que fica na região do Alto Uruguai.
— Era um homem muito bom, que adorava ajudar as pessoas e fazia de tudo para família. Era muito honesto, nunca deixava uma dívida. Me ensinou a sempre deixar tudo em dia. Antes de morrer, me pediu para que nunca abandone a minha empresa e que eu cuide da minha mãe e das minhas irmãs — conta Thaís.
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Homem é morto a tiros no bairro Serrano, em Caxias
Ao contrário das primeiras informações divulgadas pela polícia, a filha mais velha de Wiater nega que o crime tenha ocorrido após uma briga de bar.
— Meu pai estava jogando bocha na Avenida Santo Ântonio, até que a minha mãe ligou e pediu para ele passar no mercado. Quando estava voltando para casa com as compras, esse homem que o matou provocou meu pai. Ele chegou em casa nervoso e não conseguiu se conter, acabou saindo de novo — relata a filha.
O aposentado, então, segundo a filha, teria ido até a casa do vizinho e encontrado o pai do seu desafeto na frente da residência. Eles discutiram neste momento. Familiares de Wiater o teriam convencido a voltar para casa. O suspeito de 33 anos teria surgido armado e provocado o aposentado novamente. O homem atirou três vezes, sendo que o último tiro atingiu o peito de Wiater.
A família da vítima também nega que Wiater tenha esfaqueado o autor dos tiros, como também foi divulgado inicialmente pela polícia. Eles afirmam que o suspeito deve ter sido esfaqueado no local onde se escondeu após o homicídio.
— Meu pai estava desarmado. Ele escapou de dois tiros se escondendo, mas do terceiro não conseguiu escapar — lamenta Thaís.
Ficha policial e problemas com a vizinhança
O investigado não teve o nome confirmado pela polícia em razão da nova legislação sobre abuso de autoridade. Thaís afirma que o suspeito é conhecido por praticar furtos e confusão no bairro Serrano. A Polícia Civil confirma que o preso possui antecedentes por ameaça, porte ilegal de arma e perturbação da tranquilidade. Sua última entrada no sistema penitenciário foi em 1º dezembro do ano passado, quando não completou 24 horas recolhido.
Após atirar em Wiater, o suspeito fugiu correndo. Ele foi preso em flagrante pela Brigada Militar (BM) próximo do crime e em uma localidade conhecida como Vila Sapo, segundo moradores.
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