O Instituto Geral de Perícias (IGP) identificou o homem que foi encontrado morto no interior de Bento Gonçalves na noite de domingo (4). Maicon Canofre Mendonça, 26 anos, conhecido como Muringa, cumpria pena em prisão domiciliar e foi assassinado com cinco tiros. Esta é a segunda vítima de homicídio encontrada no Vale Aurora em menos de cinco dias. No total, a Capital do Vinho já contabiliza 33 mortes por violência em 2019.
Mendonça foi identificado por exame papiloscópico, que compara as digitais da vítima com o banco de dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). A vítima está no Posto Médico Legal de Bento Gonçalves e os peritos procuram por familiares para liberação do corpo.
Mendonça era morador do bairro Municipal e estava em prisão domiciliar desde o dia 25 de julho. Ele possuía uma extensa ficha de crimes contra o patrimônio, incluindo quatro roubos a pedestre e 21 furtos.
O homicídio foi descoberto por volta das 17h30min de domingo, quando uma ligação ao 190 informou sobre um corpo próximo ao matagal. A vítima tinha cinco ferimentos por tiros e estava com as mãos amarradas. A análise preliminar dos peritos apontou que Mendonça já estava morto há mais de um dia.
Apesar da proximidade com outro homicídio recente, a Polícia Civil afirma que é cedo para relacionar os dois casos. Para a delegada Maria Isabel Zerman Machado, da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), a Vila Aurora, foi apenas escolhida como um local para os assassinatos por ser um local ermo. A investigação pretende ouvir testemunhas e analisar imagens de câmeras da RSC-431.
— É um indivíduo com vários antecedentes por delitos contra o patrimônio, indicando-se que se tratava de usuário de drogas e que houve, possivelmente, uma cobrança por dívidas de tráfico. Em que pese a proximidade com o outro (homicídio de quarta-feira), ainda não temos informações suficientes a apontar que eles estivessem juntos — comenta a chefe da 1ª DP.
Quatro homicídios em cinco dias
Este foi o quarto assassinato registrado em Bento Gonçalves em cinco dias. A primeira morte desta sequência foi registrada, justamente, em uma estrada vicinal da Vila Aurora na tarde de quarta-feira (31). Marcos de Souza, 34, foi executado com 10 tiros de calibre 9mm no rosto e peito, característica que, segundo a Polícia Civil, remete a homicídios motivados pelo tráfico. Souza também possuía antecedentes por furto.
No dia seguinte, Juliana da Silva Duarte, 42, foi morta a tiros enquanto almoçava em um bar do bairro Santa Marta. Na tarde de sábado (3), Paulo Cesar Lopes Dias, 39, foi executado no estacionamento de um posto de gasolina na Rua Antônio Michelon, no Santa Rita. No total, a Capital do Vinho já contabiliza 33 assassinatos em 2019. No mesmo período do ano passado, eram 28 vítimas — 2018 terminou com 52 assassinatos.