O ataque sofrido no início da tarde desta segunda-feira (17) foi a quinta vez que o adolescente de 17 anos foi assaltado em Caxias do Sul. O jovem, que trabalha como empacotador de um supermercado, pretendia almoçar em uma lanchonete quando foi espancado por um grupo de ladrões logo no início da tarde. Os cinco crimes aconteceram nos últimos dois anos e, quase todos, foram entre os bairros Cristo Redentor e Exposição. Contudo, esta, a do início da semana, é a primeira vez que o jovem decide registrar ocorrência.
O crime aconteceu na Rua Treze de Maio, pouco depois das 13h, logo após o adolescente desembarcar do ônibus. Os cinco criminosos, segundo a ocorrência, seriam todos jovens. Um deles possuía um peixe tatuado no braço esquerdo e outro tinha um anjo desenhado no pescoço, segundo o relato da vítima. O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Na manhã desta terça-feira (18), a vítima fez exame de corpo delito. Os ferimentos na perna direita o impedem de trabalhar. Por telefone, e com autorização da mãe, ele falou sobre o último crime:
Como foi o assalto?
Peguei o ônibus para ir trabalhar e quando desci para ir numa lanchonete, eles me assaltaram. Eles me bateram porque eu não tinha nada. Me pediram celular e dinheiro, respondi que não tinha dinheiro e apenas um celular velho. Eles ficaram brabos e me jogaram no chão. O meu celular caiu, só que eles falaram que não era útil e jogaram o aparelho no chão. Ele quebrou. Depois pegaram minha carteira. Foram embora quando não tinham mais nada para roubar. Foram em direção à Maesa.
Te machucaram muito?
Me chutaram as costas e as pernas. A minha perna direita está toda machucada e as costas estão doloridas. Fiz o exame de corpo delito hoje (terça). Tentei ir na escola, mas estou com dificuldade de ficar em pé. Ia dificultar trabalhar também. O meu joelho e tornozelo (da perna direita) estão inchados.
Conhecia os assaltantes?
Não, nunca vi. Parecia que eles me conheciam porque vieram direto na minha direção, mas era só assalto mesmo.
Por que te escolheram como vítima?
Acho que não foi uma escolha, pois todo mundo pode sofrer este tipo de coisa. Parecia que eles iam dobrar numa outra esquina, mas me viram e voltaram. Eles vieram correndo (para me assaltar).
Tinha pessoas em volta?
Não, não tinha ninguém perto. Estava descendo pelo outro lado da rua (no sentido Centro-bairro).
O que fez depois do assalto?
Levantei e fui para o serviço da minha mãe, avisar o que aconteceu a ela. Daí, perdi a tarde de trabalho.
Como está se sentido?
Estou com um pouco de aflição de andar na rua. E se encontro algum deles? A minha mãe fica preocupada também. Tem medo, né?
É a primeira vez que é assaltado?
Esta é a quinta vez que sou assaltado. A primeira e a segunda foram no bairro Cristo Redentor. A terceira foi perto do shopping, quando levaram minha jaqueta. A quarta foi perto da Maesa, onde pegaram a minha mochila. Mas esta é a primeira vez que fui agredido. Acho que tenho que parar de andar na rua.
Relatou estes crimes à polícia?
Não. Foi de momento e era pouca coisa. Desta vez foi agressão, então cansei. Estava com muita dor e queria informar que cansei de ser assaltado. É a quinta vez, né?