
As câmeras de monitoramento existentes em Caxias do Sul foram decisivas para o esclarecimento do assassinato do taxista João dos Santos Oliveira, 59 anos. Imagens da Estação Rodoviária mostram o suspeito esperando por duas horas para embarcar no táxi do seu alvo. Após o crime, pelas câmeras, a Polícia Civil conseguiu refazer a caminhada do investigado até a sua residência no bairro Planalto.
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Em razão de o mandado de prisão ser temporário, a Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Captura (Defrec) não divulga a identidade do suspeito. O homem de 60 anos é aposentado e não possuía antecedentes criminais.
— É um senhor pacato, silencioso, que aparentemente demonstrava ser uma pessoa boa. Por isso, ninguém desconfiou dele e não chegaram denúncias (apesar das imagens divulgadas pela Polícia Civil). O motivo (do homicídio) foi o ciúme desta mulher — explica o delegado Adriano Linhares.
Para os investigadores, Oliveira não conhecia o suspeito e, por isso, aceitou a corrida na noite de 4 de setembro. O delegado aponta que o autor do crime estava sentado no banco de trás do táxi quando teria golpeado o motorista no pescoço. Os R$ 197 encontrados dentro do táxi é outro indício considerado para que o crime não fosse caracterizado como um assalto. O único pertence levado foi o celular da vítima.
— Temos certeza que foi ele quem levou (o celular) e deve ter se desfeito dele junto com a faca (a arma do crime). (O celular) poderia ter alguma mensagem, uma ameaça que poderia incriminá-lo — aponta Linhares.
Na quinta-feira passada, supostamente por perceber que a investigação se aproximava de sua identidade, o suspeito viajou para a casa de familiares em Santa Catarina. No sábado, três policiais da Defrec foram até a Praia dos Ingleses, em Florianópolis, e cumpriram o mandado de prisão temporária. O idoso se reservou ao direito de permanecer em silêncio. O inquérito deve ser concluído em 30 dias.
— A prisão foi resultado de trabalho de campo, de investigação e soma de detalhes. O inquérito não está fechado. Em princípio, (o preso) será indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além do furto do celular — conclui o delegado.
