A conversa que evidencia como funcionam as maioria das extorsões na Serra foi interceptada pela Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) no dia 3 de abril, após a prisão de Jean Fernando Biazus dos Santos, 28 anos, no bairro Fátima. O investigado foi flagrado com um Fusion preto roubado nove horas antes, na Rua Jacob Luchesi, bairro Santa Catarina. O automóvel já estava com placas clonadas e Santos foi reconhecido pela vítima do assalto.
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A investigação conseguiu elementos que evidenciam como funciona o mercado de veículos roubados. Pelo aplicativo WhatsApp, Santos conta a um presidiário (ainda não identificado) que está "curto de grana" e pede se há alguma encomenda de carro. O detento responde que fez uns contatos e cita a procura por i30 e Ônix, modelos considerados fáceis de achar. Santos diz que pretende conseguir dois carros até a sexta-feira (dia 6 de abril) e promete apoiar o presidiário com parte do pagamento.
Mais tarde, segundo a investigação, Santos relata que conseguiu roubar um Fusion e pergunta onde deveria deixar o automóvel. O presidiário, então, começa a fazer contatos para descobrir uma garagem na qual o carro poderia ser escondido e desmanchado. Nesse meio tempo, por telefone, o preso decide tentar uma extorsão e explica o golpe para o comparsa. O plano, porém, não se concretiza em razão da ação da Polícia Civil, que prendeu Santos em flagrante e devolveu o Fusion para o dono.
Essa foi a segunda vez que Santos foi flagrado com um automóvel roubado. No dia 10 de dezembro de 2017, ele foi abordado pela Brigada Militar quando dirigia um Civic no bairro Santa Lúcia. Aos policiais militares, na época, Santos alegou que havia comprado o carro por R$ 2 mil, mas não apontou quem foi o vendedor. O investigado também possui um indiciamento por tentativa de homicídio.