Filho que carrega o mesmo nome do pai, Rômolo Junior Oliveira atendeu a reportagem por telefone no início da noite deste domingo. Em luto e com poucas palavras, resumiu o legado do pai — o empresário e comerciante Rômolo Augusto Oliveira, encontrado morto na tarde de sábado, em Caxias do Sul — para a família e para os amigos:
— Foi um homem de muita garra e muita força para trabalhar. Era também um apaixonado pela vida rural. Estar na fazenda era o que ele mais gostava.
Amigo desde a infância no bairro Cinquentenário, o públicitário Juarez Dannenhauer, 68 — que também atende as marcas do empresário em sua agência de propaganda — considera que Caxias do Sul perdeu um de seus baluartes do comércio. Para Dannenhauer, Rômolo se destacava pela visão ampla do negócio:
— Nossa cidade perde um de seus maiores comerciantes pelo tino comercial e pela visão empresarial. É um dos poucos baluartes com uma visão muito ampla de varejo e conhecimento de público. É uma pena o que aconteceu. A barbárie está batendo à nossa porta. Se a segurança pública não for revista, infelizmente vamos ver muitos casos como esse.
Dannenhauer recorda da origem humilde do amigo, que começou a trabalhar ainda criança para ajudar em casa, e manteve a mesma energia até o fim.
— O Rômolo veio para Caxias muito novo, com três ou quatro anos. Com 10 anos ele ajudava a mãe e a irmã mais velha a fazer caixas de madeira, aquelas que se usa para colocar figada, uvada. Todos os dias os caminhões lotados com as madeiras chegavam e saiam carregados com as caixas que eles faziam. Nós todos éramos muito pobres naquela época e precisávamos trabalhar pra ajudar. A vida toda o Rômolo trabalhou muito para ter o que tem.
O corpo de Rômolo foi sepultado às 16h deste domingo, no Cemitério Municipal. Divorciado, ele deixa um filho e três filhas, um neto e uma neta. Um terceiro neto está para nascer.