Circular diariamente pelas ruas centrais de Caxias do Sul e pelas vias troncais, como as perimetrais, é um desafio à paciência e à gentileza no trânsito. Imagine ter de enfrentar esses caminhos justamente nos horários em que o fluxo é mais acentuado, como no final da tarde. Para muitos caxienses, buscar o filho na escola ou voltar do trabalho para casa é um exercício diário de tolerância. O Pioneiro foi conferir como está o tráfego em algumas vias da cidade conhecidas pelo tranca-tranca em horários de pico.
No entardecer da última quinta-feira, por volta das 17h30min, o fluxo era tranquilo nas últimas quadras da Rua Sinimbu, no bairro Nossa Senhora de Lourdes. Em compensação, na BR-116, junto ao semáforo da Estação Principal de Integração (EPI) Imigrante, longas filas de veículos se formavam em ambos os sentidos. Com a confluência entre quem vem da Sinimbu, quem trafega pela rodovia e os ônibus que saem do terminal, apesar de haver sinaleiras para pedestres nos cruzamentos,a situação é ainda mais complicada para quem anda a pé. Nem todo mundo lembra ou tem paciência de acionar a botoeira que tranca a passagem de veículos liberando a travessia. Algumas pessoas acabam se arriscando correndo entre os carros.
Em outro ponto de conflito, na Rua Atílio Andreazza com a Avenida Rubem Bento Alves, no bairro Interlagos, o problema é para os trabalhadores que deixam o bairro no final de expediente das empresas e tentam acessar a perimetral ou seguir em direção ao Centro ou aos bairros da região norte. O congestionamento é visível por mais de 600 metros, da Avenida Abramo Randon até a rotatória. E o que dizer de quem precisa deslocar do lado oeste da cidade e, para isso, utiliza a Perimetral Norte para chegar ao bairro Santa Catarina ou Santa Lúcia? Por pelo menos sete quadras, até aonde os olhos alcançavam, era possível ver faróis de carros, ônibus, caminhões e motos enfileirados em um arranca e para até a rótula com a Rua Ludovico Cavinato que leva aos pavilhões da Festa da Uva,às 18h15min da última quinta.
Quem pensa que as tranqueiras são exclusividades do final da tarde, é porque nunca passou pela Perimetral Sul, no trecho onde ela encontra a rótula Nelson Bazei, embaixo do viaduto Campo dos Bugres no começo da manhã. A movimentação é intensa, principalmente, entre 6h30min e 7h. O local concentra veículos que transitam entre diversos pontos da cidade, desde os que chegam ao município até os que atravessam a cidade de norte a sul ou vice-versa. Além disso, fica perto de um terminal de ônibus urbanos, o que colabora para promover lentidão ao fluxo.Na manhã de sexta-feira,o fluxo era mais intenso na parte da Perimetral Sul.
Por fim, saindo das periféricas e invadindo o Centro, duas vias são as campeãs de volume de veículos nos horários de pico em qualquer um dos turnos: Sinimbu e Os Dezoito do Forte. Cada uma cruza, em um sentido, a parte central e outros dois bairros e suporta trânsito carregado nas suas quatro pistas. Na Os Dezoito, um dos pontos de conflito é a esquina com a Borges de Medeiros, já que todo o fluxo das três faixas da Borges desemboca na via. Na Sinimbu, apesar do volume de carros e ônibus e dos semáforos a cada quadra, o trânsito flui.