São paisagens de grandes morros e planícies, igrejas quase centenárias e estradas de chão e de asfalto que se estendem para peregrinos e esportistas no Caminhos de Caravaggio, ambicioso roteiro turístico e religioso que foi lançado na tarde deste sábado (4).
Inspirado no mítico Caminhos de Santiago de Compostela, entre a França e a Espanha, o percurso serrano de 200 quilômetros foi concebido com a expectativa de unir os santuários de Caravaggio de Canela e Farroupilha por trilhas, estradas, rodovias, pontes e rios que cortam zonas rurais e urbanas de cinco cidades. Quem já participou da atividade na Serra garante que é uma experiência gratificante para a mente, o corpo e o espírito — são 20 igrejas para exercitar a espiritualidade.
O projeto une as prefeituras de Caxias do Sul, Farroupilha, Canela, Gramado e Nova Petrópolis e consiste também na oferta de uma rede de hospedagem para o repouso de mochileiros, pois o trajeto exige pelo menos 10 dias de caminhada longe da agitação da cidade. O guia oficial do peregrino e outros materiais de divulgação serão apresentados neste sábado, no auditório do Santuário Caravaggio, em Farroupilha, em cerimônia para convidados.
— Estamos sugerindo 10 dias de caminhada, o que varia de 18 a 25 quilômetros por dia. Até poderia ser feito em menos tempo, mas o esforço será maior — explica o secretário de Turismo de Farroupilha, Francis Casali.
A principal orientação é para que não se percorra o caminho sem antes reservar hospedagem e se informar dos preparativos. Ou seja, é necessário organização.
— Eu levo um bastão na caminhada, mas há pessoas que preferem cajados de madeira. É um item que serve tanto para se apoiar quanto para se proteger de cães, por exemplo — lembra o empresário Gilberto José Galafassi, que já esteve em Santiago de Compostela e se tornou um dos entusiastas e consultores do Caminhos de Caravaggio.
O ponto de partida fica a critério do participante, podendo ser de Farroupilha ou de Canela. Conforme Casali, há vários trechos sem sinal de celular, por isso, o peregrino deve sempre avisar amigos e familiares sobre o ponto que vai percorrer no dia seguinte.
— É um percurso muito bonito, emocionante. Você vai do nível do Rio Caí ao do Campos de Cima da Serra pelo menos três vezes, com variação de temperatura, há subidas íngremes, mas a maior parte é fácil de caminhar. Não há longos trechos sem moradias, no máximo três ou quatro quilômetros — detalha o secretário.
O caminho já está demarcado com placas e sinalização horizontal. As prefeituras pretendem buscar recursos federais para implantar uma sinalização mais robusta. O projeto tem apoio da Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela do Estado do Rio Grande do Sul e Nomas Consultoria.
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