O desaparecimento de três homens intriga os moradores da localidade de Capela do Caravaggio, distante cerca de 60 quilômetros da área urbana de Vacaria. O trio trabalhava na construção de uma casa às margens do Rio Pelotas e foi visto pela última vez, por um vizinho, na manhã de terça-feira. Como um barco foi encontrado à deriva nas águas, a Polícia Civil suspeita que os três tenham se afogado. O Corpo de Bombeiros realizou buscas no local até o começo da noite desta quinta-feira.
Um dos desaparecidos é o empreiteiro Eleandro Aparecido Rodrigues Moraes, 40 anos, morador de Caxias do Sul e que, há cerca de 18 meses, adquiriu o terreno em Capela do Caravaggio para construir uma casa de lazer. O negócio informal foi tratado diretamente com Dinarci Perotoni, antigo amigo da família e dono da Fazenda do Churrasco, cuja porteira é o único acesso ao terreno. O Rio Pelotas, vizinho do local onde era construída a casa de Morares, fica distante cerca dois quilômetros morro abaixo das três casas da família Perotoni.
Morador do bairro Exposição, Moraes levava periodicamente dois pedreiros para a obra da casa de campo em Vacaria. Os contratados acampavam na obra e trabalhavam por períodos definidos, entre 15 e 45 dias. O empreiteiro também era o responsável por trazer os trabalhadores de volta a Caxias.
De acordo com a polícia, essa troca constante de pedreiros dificulta a identificação dos dois homens que desapareceram junto com Moraes.
— É um mistério e estamos com várias hipóteses abertas. Não sabemos nem a identificação dos dois homens que estavam trabalhando com o Eleandro. O barco foi encontrado à deriva e sem os remos, por isso trabalhamos com a hipótese de desaparecimento no rio — resume o delegado Anderson Silveira de Lima, que cuidará do caso.
Na manhã de ontem, a Polícia Civil de Vacaria realizou buscas no terreno, porém não foram encontrados sinais de violência ou pertences dos desaparecidos, como celulares e documentos. Comida, materiais para obra e o caminhão utilizado por Moraes para chegar ao local continuavam lá.
— Percebi (o sumiço) na quarta-feira, quando desci o morro. Não encontrei ninguém e me apavorei, por isso chamei a polícia. A casa estava sendo construída há mais de ano. Como acesso é ruim, vinham dois pedreiros, ficavam um tempo e depois iam embora. Depois de um tempo, vinham outros. Esses (que desapareceram) não tinha 15 dias que estavam trabalhando — relata Perotoni, que mora com a mulher, dois filhos e uma cunhada na Fazenda do Churrasco.