Uma reunião de mobilização definiu os próximos passos da Polícia Civil na busca por Naiara Soares Gomes, sete anos, que desapareceu há uma semana quando caminhava para a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano, em Caxias do Sul. Confira os principais fatos que marcaram os dias de desaparecimento da menina Naiara em Caxias:
9/03 - sexta-feira
* Por volta das 6h30min, Naiara e um primo de 15 anos saíram da casa onde eles moram, na Rua Vesúvio, no loteamento Monte Carmelo, em direção à Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano.
* Ao meio-dia, ela não retorna para casa. A escola informa que ela não foi à aula. A família registra ocorrência policial pelo desaparecimento da menina e começa a procurar por ela com ajuda de donos de vans escolares e amigos.
* Colegas dela dizem que a viram perto de um carro branco antes de chegar à escola.
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10/03 - sábado
* O desaparecimento de Naiara começa a ser divulgado pela imprensa.
* A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente assume a investigação e começa a ouvir familiares.
* O primo diz à polícia que levou a menina até a escola, que fica a 2,3 quilômetros da casa da família. Ele informou perdeu a menina de vista ao chegar em frente do colégio.
* Polícia Civil faz buscas em Vacaria, onde mora a mãe da criança e descarta que a menina tenha sido levada pela mãe.
11/03 - domingo
* A polícia pede que comunidade ajude com informações sobre o paradeiro da criança. Maria de Lurdes Gomes, tia que cria Naiara, faz apelo em rede social.
* O primo da criança admite que mentiu à polícia e conta que acompanhou a menina por apenas cerca de uma quadra de casa. Desse ponto, ela seguiu sozinha para escola e ele voltou para esperar a namorada.
* Polícia reinicia do zero a investigação.
12/03 - segunda-feira
* A reportagem refaz o caminho que a menina percorreu na manhã do dia 9 de março.
* O Pioneiro consegue imagens de câmeras de monitoramento de dois locais que mostram a menina no caminho para a escola. Na primeira, às 6h41min, a imagem mostra Naiara cruzando por uma marcenaria na Rua Natair Rizzardi, um pouco à frente do primo e de um amigo que seguiam mais atrás. Nesse trecho, o primo deixa Naiara seguir sozinha em direção à escola e retorna para esperar a namorada.
* Naiara percorre algumas quadras até a Rua José Bernardi, onde é flagrada pelas câmeras do Residencial Esplanada, às 6h54min, onde conversa com uma colega de aula por pouco mais de um minuto, até que a van escolar chega, as crianças embarcam e Naiara segue a pé pela mesma rua.
* A próxima câmera a filmar Naiara é do Mercado Berzan, que fica na Rua Júlio Calegari. Ela cruza do outro lado da via.
* Segundo a escola, ela não aparece nas imagens em frente à instituição e, conforme a polícia, nem em cenas gravadas por câmeras na Rua Pixinguinha, o acesso que ela pegaria para chegar ao colégio.
13/03 - terça-feira
* Sem informações sobre Naiara, a Polícia Civil de Caxias do Sul mobiliza forças para esclarecer o que aconteceu com a criança. Investigadores reforçaram a equipe da DPCA e os setores de inteligências de outras delegacias também buscam informações. A Guarda Municipal e a Brigada Militar colocaram servidores à disposição da força-tarefa.
* Pela primeira vez, polícia confirma que um carro branco pode estar envolvido no desaparecimento da menina. Imagens de câmera mostram veículo manobrando de forma suspeita na Rua Mozart Perpétuo Monteiro esquina com Júlio Calegari, bem perto, e por volta do mesmo horário, em que colegas viram Naiara próxima a um carro branco.
* Familiares, amigos, vizinhos e muitos desconhecidos sensibilizados com o desaparecimento se mobilizam em um ato que reúne centenas de pessoas na Avenida Bom Pastor e seguem em caminhada pela Rua Júlio Calegari até o último ponto em que a menina teria sido vista.
14/03 - quarta-feira
* A última imagem conhecida de Naiara é registrada a 70 metros adiante do Mercado Berzan, onde ela havia sido vista por último, na Rua Júlio Calegari. A menina atravessa a rua em frente a uma loja, às 7h10min, e segue caminhando tranquilamente pela calçada até sair do enquadramento, às 7h11min.
* A polícia pede sigilo aos moradores da Calegari e arredores sobre as imagens.
* Segundo a polícia, a criança desapareceu antes de chegar a Rua Pixinguinha onde já não aparece nas imagens de câmeras. O trecho tem 300 metros.
* O delegado Caio Fernandes, que conduz o caso, diz que há muitas informações falsas chegando à polícia e que isso atrapalha a investigação.
* Ele não descarta, mas diz ser difícil manter um cativeiro por tantos dias em um caso de repercussão como este sem despertar desconfiança de moradores do entorno.
* A polícia investiga informações que chegam de outros municípios da região.
* Nas redes sociais, pessoas se mobilizam por meio de grupos no WhatsApp e no Facebook, como o "Corrente do bem volta Nayara Soares Gomes" (escrito com y, apesar de o nome da menina ser com i), onde mais de mil pessoas compartilham informações e organizam atos.
* O caso de Naiara é citado durante a reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, quando o caxiense Paulo Paim (PT), vice-presidente da comissão, conseguiu a aprovação de requerimento para realização de audiência pública para debater casos de violência contra crianças.
15/03 - quinta-feira
* Uma equipe de investigadores do setor de desaparecidos do Departamento Estadual da Criança e Adolescente (Deca), que tem sede em Porto Alegre, chegam a Caxias para reforçar a investigação.
* A fase de depoimentos e de análise de imagens é concluída e os policiais retornam às ruas em busca de informações.
* A Escola Municipal Renato João Cesa lê uma mensagem de esperança aos alunos do turno da tarde.
* O prefeito de Caxias, Daniel Guerra, se manifesta, pela primeira vez, sobre o caso, a pedido do Pioneiro, lamentando o desaparecimento.
16/03 - sexta-feira
* Às 7h11min, completa uma semana do momento em que a menina foi flagrada pela última vez por uma câmera no caminho da escola antes de desaparecer.
* Por volta das 9h, a Escola Renato João Cesa transmite novamente mensagem de esperança, desta vez, aos alunos do turno da manhã.
* Uma reunião definiu os próximos passos da Polícia Civil. A novidade foi a inclusão na força-tarefa da delegada Suely Rech, que atuou durante anos comandando investigações sobre crianças e adolescentes.
* Até o final do dia, não havia notícia sobre o paradeiro de Naiara.