Pedestre perdeu a vez no encontro da RSC-453 com as ruas Cremona e Doutor Antônio Casagrande, no bairro Cinquentenário, em Caxias do Sul. Desde que a rodovia recebeu melhorias na pavimentação, um quebra-molas que forçava a redução de velocidade de carros e caminhões desapareceu. Agora, atravessar o trevo é para lá de arriscado, tarefa que fica ainda mais perigosa nos horários de pico.
Localizado perto de uma área escolar, e por ficar no caminho dos estudantes de instituições como o Cristóvão de Mendoza, a ausência de um quebra-molas no sentido Farroupilha-Caxias do Sul é quase um convite à alta velocidade.
Muitas pessoas, incluindo crianças, tentam cruzar a estrada e muitas vezes precisam aguardar durante minutos. Na manhã da última terça-feira, um homem e uma mulher, que preferiram não ser identificados, relataram que enfrentam a situação regularmente para cruzar o trevo a pé.
— Não é sempre que temos esse problema, mas acontece muito. Além da falta da lombada, temos dificuldade também em atravessar a outra pista, que tem a faixa de segurança. Os motoristas não respeitam — conta o homem.
Nem sempre foi assim. Vizinhos daquela confluência contam que o quebra-molas existia há pelo menos 10 anos. Os motoristas, que seguiam a 80 km/h ou 100 km/h pela estrada, eram obrigados a tirar o pé do acelerador diante da lombada no encontro com a Cremona. Assim, os condutores podiam vislumbrar com mais facilidade a aproximação de pedestres e dos carros que esperavam para ingressar na Cremona pela Antônio Casagrande. Nos últimos anos, porém, o quebra-molas foi perdendo volume devido ao desgaste do asfalto, o que contribuiu para a velocidade aumentar no trecho. Ainda assim, havia uma certa segurança. Agora, quanta diferença desde que as máquinas de uma empreiteira repavimentaram a rodovia em dezembro passado.
Agora, para atravessar de um lado ao outro, é necessário primeiro cruzar uma das faixas — sem a lombada — chegar até um trevo e atravessar novamente a pista. Mesmo com a faixa de segurança, pedestres precisam esperar minutos por uma chance de fazer a travessia com alguma segurança. O movimento é tão grande que até mesmo os condutores que vêm da região do Campo do Caxias e tentam entrar na Cremona correm o risco de se envolver em acidentes, pois são raros os motoristas que reduzem a velocidade no sentido Farroupilha-Caxias do Sul.
Na terça-feira, por exemplo, a reportagem acompanhava de longe dois estudantes tentando atravessar a faixa para seguir o caminho a pé até o Cristóvão. Ao perceberem a repórter, alguns carros diminuíram a velocidade, mas mesmo assim um veículo avançou antes mesmo de uma pedestre concluir a travessia.
— Isso acontece todos os dias moça — relatou uma funcionária dos Correios.
Sem retorno
A responsabilidade pelas obras de melhorias na RSC-453 são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). A autarquia informou que a agenda do diretor-geral do Daer estava cheia nessa semana e não haveria brecha para ele conceder entrevista sobre o assunto.
Segundo a assessoria de imprensa do Daer, os trabalhos são realizados através do contrato de Conserva Rotineira da 2ª Superintendência Regional do Daer, de Bento Gonçalves. Durante as reformas, foram realizados serviços de recapeamento no trecho, com a aplicação de um material designado CBUQ. Agora, a autarquia está trabalhando na recuperação da sinalização em todo o acesso oeste a Caxias do Sul. Conforme a assessoria, é necessário que o tempo esteja firme para dar continuidade aos trabalhos.
O secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Cristiano Abreu Soares, desconhece a retirada do quebra-molas.
— Por ser uma rodovia, a competência é do Estado. Mas vou tomar conhecimento do que ocorreu e tentar conduzir uma solução — diz Soares.
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