O sábado de Carnaval começou com uma desagradável surpresa para os voluntários do Centro de Valorização à Vida (CVV) em Caxias do Sul. Durante a madrugada, um bandido invadiu a estrutura da entidade e levou todos os equipamentos de informática. O resultado da ação criminosa é que o telefone 188, que recebe uma média de 1,6 mil ligações por mês, está fora de serviço e sem previsão para reativação.
O espaço invadido fica no bairro Rio Branco e foi cedido Legião Franciscana de Assitência aos Necessitados (Lefan). O criminoso conseguiu entrar após cortar uma grade e arrombar uma porta dos fundos, que estava lacrada e antigamente dava acesso ao Instituto de Educação Cenecista Santo Antônio, que foi desativado em dezembro de 2016.
— A maior perda são os equipamentos de atendimento do 188, porque agora não podemos oferecer nosso serviço de apoio. Mas também estamos em contato com a coordenação para buscar um outro espaço, pois não estamos mais nos sentimos seguros — lamenta a voluntária Joceli.
O arrombador furtou um notebook, a central de telefone, um datashow que era utilizado para os cursos do CVV, um fax e duas cafeteiras. O serviço 188 deve ficar fora do ar por alguns dias, enquanto a equipe de 59 voluntários busca uma solução junto com o CVV nacional e regional.
— Estes equipamentos foram adquiridos pelo posto local, sem renda nenhuma a não ser a contribuição dos voluntários e eventos que realizamos, como almoços e brechós, que são custeiam as despesas mensais. Além disso, não temos receita nenhuma — aponta o voluntário Jorge.
O CVV já possuía a promessa da Universidade de Caxias do Sul (UCS) para a cedência de um novo espaço a partir de maio deste ano. Os voluntários pretendem retomar as conversas para verificar a possibilidade de antecipar a parceria. Quem quiser ajudar o CVV pode entrar em contato pelo telefone (54) 99997-5167, com a voluntária Joceli.
Voluntários dedicados a ouvir pessoas
A unidade do CVV em Caxias existe desde 2012 e ajuda a salvar muitas vidas com um trabalho voluntário e fora do âmbito institucional. Anônimos, eles dedicam seu tempo a ouvir pessoas que procuram apoio emocional ligando para o número 188.
A equipe, que hoje conta com 59 voluntários, atende uma média de 54 ligações por dia. São pessoas que, a partir da vontade de ajudar, capacitaram-se e descobriram que é possível salvar vidas, simplesmente, escutando.