Indiciado por assaltar e incendiar um ônibus em Caxias do Sul no ano passado, Jackson Clark da Rosa, 24 anos, conhecido como Galochinha, se entregou à Polícia Civil nesta sexta-feira. A narrativa do investigado é curiosa e demonstra a falta de integração entre entidades de segurança pública. Em dezembro, após o ataque, Rosa foi preso por porte ilegal de arma de fogo, mas foi solto duas semanas depois. Quatro dias após sua saída da cadeia, a prisão preventiva do investigado foi decretada em razão do assalto ao transporte coletivo.
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O ataque ocorreu na noite de 24 de novembro de 2017, quando três criminosos invadiram um ônibus da Visate no bairro Jardim América. Após o assalto, o trio espalhou gasolina e ateou fogo no veículo. Duas passageiras e o motorista sofreram queimaduras durante o ataque. O crime foi uma retaliação ao confronto com a Brigada Militar (BM) que teve quatro criminosos mortos no bairro Primeiro de Maio naquela semana.
A resposta da BM ao ataque resultou nas prisões em flagrante de Alef da Silva, 24 anos, e Luis Felipe Freitas de Souza, 20, além da identificação do terceiro participante do ataque. Quatro dias depois, Rosa foi encontrado por policiais militares no bairro Jardelino Ramos e preso pelo porte ilegal de um revólver calibre .32. Por este crime, Rosa ficou recolhido até o dia 14 de dezembro, quando foi autorizado a responder ao processo em liberdade.
Acontece que a Polícia Civil já havia solicitado a prisão preventiva de Rosa, porém o pedido só foi analisado pelo Poder Judiciário em 18 de dezembro. Na ocasião, a juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó acreditava que Rosa continuava recolhido em razão de sua prisão em flagrante e decretou a manutenção de sua prisão. Momentos depois, a magistrada foi avisada que o réu havia sido solto quatro dias antes e, assim, ordenou a expedição do mandado de prisão. Assim, Rosa voltou a ser procurado.
Nesta sexta-feira, o indiciado foi até a Central de Polícia, no bairro Jardim América, apresentou-se espontaneamente e afirmou saber da existência do mandado de prisão contra si. Os outros dois réus do processo, Alef da Silva e Luis Felipe Freitas de Souza, seguem recolhidos no sistema penitenciário.