A briga entre facções por áreas de tráfico de Caxias do Sul, que ocorreu na noite do último domingo, no bairro Santa Fé, na Zona Norte, e que resultou em troca de tiros entre criminosos e a Brigada Militar, além da prisão de dois homens, pode ter sido motivada por uma vingança relacionada à família de um detento, que está recolhido na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires.
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Informações extraoficiais colhidas por policiais apontam que o alvo do ataque era a mãe de um dos líderes de uma facção caxiense indiciada pela Polícia Civil em abril deste ano. O criminoso, que possui pena total de 62 anos e seis meses, quando estava livre, era conhecido por ser o matador de aluguel de traficantes.
O assassinato da mãe do traficante, no entanto, foi frustrado devido ao conflito entre as facções na noite de domingo. A suspeita é que membros de um grupo estavam saindo para cometer algum crime, fortemente armados e em um Prisma prata, quando houve o encontro com os rivais no meio do caminho. A polícia trabalha com a hipótese de que eles usavam duas submetralhadoras 9mm. Estas armas são conhecidas pela equipe policial devido aos vídeos e às fotos que circulam nas redes sociais.
—Aquela casa (pela qual os dois presos tentaram fugir, na ação do final de semana) é um ponto de tráfico antigo e, pelo que sabíamos, estava abandonada. Só que desta vez nos surpreendemos com carro na frente. Dentro, encontramos alguns móveis e comida pronta. Parece que estavam se preparando para algum ataque, só que os outros chegaram antes —relata um Policial Militar.
O delegado Guilherme Gerhardt, que responde interinamente pela Delegacia de Homicídios, confirma que o tiroteio no Santa Fé aparenta ter relação com a movimentação de organizações criminosas.
—Há evidências que seja relacionado com a guerra do tráfico da região. Há uma sequencia de crimes desta natureza, sempre com o mesmo modo operandis. Os ataques são motivados pela disputa de pontos de drogas e vingança por mortes anteriores— resume.
Neste momento, a Polícia Civil não possui uma investigação focada nas facções e cada crime tem um inquérito policial separado. O delegado Gerhardt, no entanto, ressalta que nada impede que as informações sejam relacionadas.
—São investigações complexas, tendo em vista a dificuldade com as testemunhas. As pessoas têm medo de relatar qualquer coisa em relação a esses casos. Estamos trabalhando na elucidação e diversas evidências foram coletadas nos locais (dos crimes) — pontua o delegado.