Carregando faixas, um grupo de mães de beneficiários da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) protestou na tarde desta quinta-feira em frente ao Ministério Público (MP) de Caxias. Desde semana passada, 50 pessoas deixaram de ser atendidas pelo serviço de fisioterapia da entidade em função da falta de verba. Algumas mães foram recebidas pela promotora Janaína de Carli dos Santos, que afirma que vai instaurar um inquérito civil para tentar encontrar uma solução para o problema que vem se agravando desde o início do ano.
– Vamos ouvir a direção da Apae e a prefeitura, que repassava verba, para ver como podemos solucionar a questão extrajudicialmente. Se não chegarmos a um acordo, aí podemos ingressar com uma ação judicial. Mas vamos ouvir todas as partes antes de tudo – garante.
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Desde semana passada, a Apae conta com quatro fisioterapeutas, antes eram cinco. De acordo com a presidente da entidade, Fátima Randon, sem um profissional, foi preciso priorizar o atendimento de bebês e crianças. Agora são 130 atendidos. O serviço custa cerca de R$ 10 mil por mês, pagos com ajuda da comunidade, segundo Fátima:
– Dói na alma deixar essas pessoas desassistidas, mas não temos como pagar.
Em maio, o ex-secretário de saúde, Fernando Vivian, afirmou que uma das alternativas para que a Apae continuasse oferecendo fisioterapia seria buscar uma parceria com o Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG). Porém, nada saiu do papel ainda. Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria municipal da Saúde afirmou que a Procuradoria do município ainda está estudando uma forma de celebrar esse convênio.
Enquanto isso, Rosemeri de Almeida busca uma maneira da filha Rosecler, 19 anos, não deixar de fazer fisioterapia. Desde os seis meses, a jovem participava dos atendimentos na entidade.
– Ela não pode ficar sem e será difícil pagar de forma particular. Preciso arrumar uma forma pensando na qualidade de vida dela – diz a mãe, com os olhos cheios de lágrimas.