Polícia Civil de Caxias do Sul concluiu que a morte do empresário e DJ Rafael Elly Giacomet Secco, 45 anos, em março de 2016, foi encomendada. Inicialmente, o caso era investigado como latrocínio (roubo com morte). O inquérito policial foi remetido na segunda-feira com o indiciamento do mandante do assassinato, que não teve o nome revelado.
Secco foi morto quando chegava em sua residência, no bairro Cristo Redentor, na noite de 12 de março. Para o delegado Mário Mombach, titular da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), a hipótese de uma tentativa de roubo de veículo foi descartada.
– Tudo leva a crer que foi uma emboscada com participação de três criminosos: dois atiradores e um motorista (para a fuga). A minha convicção vem da mecânica muito rápida do crime. Os tiros foram muito cedo (para ser uma tentativa de assalto) – aponta.
A morte teria sido encomendada por uma pessoa com quem Secco teve um desacerto comercial. Diversos amigos de Secco, ouvidos durante a investigação, relataram que o DJ estava com medo e afirmava que iria morrer. Para nenhum deles, porém, Secco contou quem o ameaçava ou qual o motivo da desavença. O telefone da vítima, por onde ele estaria recebendo as ameaças, não foi localizado.
A Defrec chegou a identificar um dos suspeitos de participação no assassinato. Contudo, antes que pudesse ser interrogado, Daniel Gonzaga Moraes, 28, foi encontrado morto dentro de um Gol no bairro De Zorzi, na manhã de 12 de outubro. Moraes estava no banco do motorista e levou um tiro na nuca, o que leva a crer que ele foi executado por alguém que estava no banco de trás. Este assassinato segue em investigação pela Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD).
A pessoa indiciada pela morte do DJ responde em liberdade e não possui passagens na polícia. Em depoimento, negou envolvimento no crime ou qualquer desacerto com Secco. O inquérito será analisado pelo Ministério Público, que pode decidir representar por sua prisão preventiva.
Relembre o caso
:: Rafael Elly Giacomet Secco foi baleado quando retornava de um jantar por volta das 23h de 12 de março, um sábado. O empresário e DJ estava em uma Saveiro e foi abordado pelos criminosos na frente da garagem de sua moradia na Rua Antônio José Barbosa, no bairro Cristo Redentor.
:: Vizinhos escutaram estampidos e viram a Saveiro de Secco bater no meio-fio da calçada, cerca de 50 metros longe da garagem. Dois homens foram vistos correndo sem levar nada da vítima.
:: O vidro da janela do motorista foi estilhaçado. O portão da garagem e a imagem de Santo Antônio da Saveiro também foram danificados. A Brigada Militar encontrou parte do cartucho de uma pistola calibre .380 no local do crime.
:: Secco gostava de animar festas de música eletrônica e colecionava carros antigos. Ele morava com a mãe, que estava em outro local na hora do assalto. Ele não tinha filhos.
Latrocínios
Com a conclusão do inquérito, a Defrec terminou as investigações sobre roubos com mortes em 2016. Foram seis casos que resultaram em 13 indiciamentos. Por ocorrer no Instituto Federal de Caxias do Sul (IFRS), a morte da vigilante Elizete Benedetti Xavier de Lima foi investigada pela Polícia Federal e terminou com a identificação d dois autores.
O único latrocínio em aberto é o de Fernando Giovani Maculan, esfaqueado aos 17 anos no bairro Lourdes. O caso é investigado pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) como um roubo de celular em uma parada de ônibus. O jovem estaria com fones de ouvido e não ouviu a ordem do assaltante, por isso foi agredido.