O esfaqueamento de um jovem de 20 anos na Rua Dr. Augusto Pestana, em Caxias do Sul, na madrugada de sábado, trouxe de volta a discussão a respeito das badernas no Largo da Estação Férrea e do clima de insegurança que toma conta daquela região do bairro São Pelegrino. Conforme relatos de testemunhas, Clóvis Roberto Nunes da Silva Júnior foi atingido nas costas e no abdômen durante uma briga na qual também houve troca de agressões e arremesso de garrafas quebradas.
A Brigada Militar recebeu um chamado de desordem no local por volta das 3h de sábado. Quando a viatura chegou ao ponto indicado, momentos depois, já não havia nenhuma briga. A vítima, que relatou não conhecer o autor das facadas, foi levada ao Hospital Pompéia e liberada.
Proprietários de estabelecimentos localizados na Estação reclamam que a região vira “terra de ninguém” assim que o sol se põe. E criticam a falta de ações preventivas que coíbam abusos de quem prefere ficar na rua a entrar nas casas noturnas.
– Nada contra quem fica na rua, mas o problema é que deixou de ser diversão e virou baderna. Já extrapolou – afirma o empresário João Garayalde, do La Barra.
Na quarta-feira à tarde, ele e outros integrantes da Associação Amigos do Largo da Estação (Aale) têm uma reunião com o chefe de Gabinete, Paulo Dahmer, para, mais uma vez, discutirem soluções que possam devolver o sossego aos frequentadores.
– É preciso ações preventivas, para evitar que chegue ao ponto de baderna. Todo mundo reconhece o potencial daquela região para o turismo e a gastronomia, mas faltam medidas mais efetivas – afirma João Antônio Pezzi Bagoso, o Toyo, do Mississippi Delta Blues Bar.
Segundo ele, é comum a presença de menores ingerindo bebidas alcoólicas e de pessoas que descartam lixo na própria rua. Por isso, cobra a fiscalização de órgãos como Conselho Tutelar e também ações que coíbam a sujeira.
– A Brigada Militar faz a parte dela, quando acionada, mas e o resto? Estamos há 10 anos pedindo para fazerem alguma coisa – questiona Toyo.
O empresário cita o bairro boêmio da Lapa como exemplo a ser observado quando se trata de enfrentamento a badernas e insegurança.
Operação Lapa Presente
:: Com problemas semelhantes ao Largo da Estação, a região carioca viu a queda de 95% dos roubos e 93% dos furtos desde que a Operação Lapa Presente começou a funcionar, em janeiro de 2014, em uma união de forças entre diversos órgãos, como prefeitura, secretarias, governo do Estado, Brigada Militar e Polícia Civil.
:: Fazem parte da Operação 136 agentes, sendo 76 policiais militares e 48 agentes civis, que trabalham uniformizados.
:: A operação também inclui o acolhimento de moradores de rua, melhorias na iluminação e coleta de lixo, além da repressão ao estacionamento irregular e a cambistas.
Até quando?
Novos tumultos no Largo da Estação, em Caxias do Sul, reacendem discussão sobre a segurança para o lazer noturno
Na madrugada de sábado, homem de 20 anos foi esfaqueado
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