Cansados da insegurança que ronda a Universidade de Caxias do Sul (UCS), estudantes pressionam autoridades por uma reação contra assaltantes. As principais reclamações apontam para roubos a pedestre, principalmente, em paradas de ônibus. A Polícia Civil confirma um aumento de ocorrências na última quinzena, porém, os crimes já estão ocorrendo com frequência desde o ano passado. Até quinta, nem DCE nem Brigada Militar tinham dados sobre a quantidade de ataques.
Leia mais
Em menos de 10 horas, duas pessoas são mortas a tiros em Caxias do Sul
Usuários da Rua do Lazer, em Caxias, aprovam espaço, mas pedem melhorias
"Me inclui fora dessa", diz prefeito de Caxias sobre ingerência no PMDB
O Diretório Central de Estudantes (DCE) lidera a mobilização e promoveu o Fórum de Segurança na noite da última terça-feira. Os alunos elencaram pontos considerados perigosos e se cogita a criação de um conselho de segurança, que envolva a comunidade e a instituição. Um encontro com o reitor Evaldo Antonio Kuiava ficou combinado, mas depende de agenda.
– A nossa principal preocupação é com a integridade física de todos. Temos diversos relatos de crimes nas paradas de ônibus do entorno da UCS. Também ouvimos relatos de assaltos dentro da universidade, mas é algo que precisamos apurar melhor. Promovemos esta discussão para pensar alternativas para melhorar a segurança dos estudantes e da comunidade ao redor – aponta Otniel Alves Borges, presidente do DCE.
Confira as últimas notícias do Pioneiro
De acordo com os apontamentos, a área mais perigosa é nas proximidades do Bloco A, onde fica uma das principais paradas de ônibus e diversas ruas paralelas usadas como estacionamento. Foi numa dessas vias que Cainã Feix, 30 anos, aluno do curso de Direito desde 2012, teve o carro roubado no início de março.
– Eu estava deixando a aula um pouco mais cedo, por volta das nove da noite, e fui rendido por dois caras armados. Eles me colocaram para dentro do carro e rodaram por cerca de 50 minutos. Roubaram o meu carro, celular e tudo o eu que tinha na hora. Fui abandonado próximo a uma pedreira. Uns 20 dias depois o meu carro foi utilizado no roubo do Sicredi de Flores da Cunha – relata.
Feix afirma que colegas relatam roubos desde o final do ano passado:
– Teve um carro arrombado na frente do Bloco M. Tem diversas histórias, está na hora de uma reação. O curso é caro e não recebemos esta segurança privada necessária. Sabemos que a polícia não está dando conta, então a UCS precisa agir.
O que diz o titular da Defrec, delegado Mário Mombach:
– Houve um sensível aumento de roubos na última quinzena, mas nada muito significativo. Mesmo sem um estudo, posso afirmar que ocorreram mais roubos com facas. Colocamos esta investigação no patamar de alguns roubos a residência, pois coincidem suspeitos. Relacionamos os crimes também a viciados em drogas.
O que diz o capitão da BM Amilton Turra de Carvalho:
– O roubo a pedestre tem migrado bastante de uma região para outra. Ocorre que a área da UCS é de difícil cobertura pois abrange muitos lados, então nem sempre conseguimos estar em determinados locais. Fizemos ações nos bairros no entorno da universidade e temos reduzido a quantidade de ocorrências.O que diz a Universidade de Caxias do Sul:Questionada via assessoria de comunicação, a instituição não respondeu até o fechamento desta edição.