Um verdadeiro pioneiro da comunicação na Serra, Virgínio José Bortolotto morreu na quinta-feira (7), vítima de infarto, aos 96 anos, em Antônio Prado. Carinhosamente conhecido como Nilo, ele deixa um legado de paixão pela comunicação e uma vida dedicada à valorização da cultura italiana no Brasil.
Filho de imigrantes italianos, Nilo foi o primeiro linotipista (operador de um equipamento utilizado no passado para a composição de textos) da região, iniciando sua carreira em 1947, na Gráfica dos Capuchinhos, em Garibaldi, onde editou o tradicional jornal Correio Riograndense. Ao longo de sua trajetória, também contribuiu com outras gráficas da serra gaúcha, como a Gráfica São Miguel, em Caxias do Sul, e a Gráfica Leão. Foi nesta última que editou por muitos anos o jornal Panorama Pradense.
Recentemente, no dia 29 de outubro, Virgínio recebeu uma homenagem ao ser agraciado com o Troféu ARI Serra Gaúcha, concedido pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), na categoria Contribuição à Comunicação, um reconhecimento por sua longa trajetória no cenário da comunicação regional. Com seu depoimento, emocionou a plateia, diante da alegria de ter conquistado a distinção.
— Muito obrigada! Olhem, vocês viram meu coração. Eu gostaria, neste momento, não ter a boca que fale para agradecer, mas que meu coração falasse dentro de si por aquilo que vocês estão fazendo, por pensarem em mim e me dar este troféu — disse Nilo na oportunidade.
Além de seu trabalho com a impressão e edição de jornais, Nilo também teve uma presença marcante no rádio, levando adiante a tradição italiana da região com o programa La Montanara, na Rádio Solaris, transmitido em Talian, o dialeto dos imigrantes italianos.
Nilo foi sepultado na sexta-feira (8), no Cemitério Municipal de Antônio Prado.