A um pouco mais de quatro meses do verão, a Rota do Sol (RSC-453), principal ligação entre Serra e Litoral Norte, apresenta problemas que já são conhecidos entre os motoristas. Porém, uma das situações anda gerando muitas reclamações: a dificuldade de visibilidade durante viagens noturnas. Os relatos são da falta de sinalização e equipamentos viários, como os tachões refletivos, o popular olho de gato, sobretudo em dias de muita neblina. Na quinta-feira (8), a reportagem percorreu, entre o final da tarde e o início da noite, o trecho entre o acesso ao bairro Jardim das Hortências, em Caxias do Sul, e o trevo de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula. A Rota do Sol está às escuras.
Por volta de 18h15min, a reportagem saiu do trevo de Lajeado Grande em direção a Caxias. Dos 46 quilômetros percorridos, são raros os trechos com os tachões ou alguma sinalização luminosa, como pode ter nos guard rails. A maior parte da via está, como relatam os motoristas, sem os equipamentos que ajudariam a melhorar a visibilidade noturna.
O que é notado pela reportagem também é uma situação que se repete com frequência no inverno. No surgimento de neblina, não há qualquer equipamento que auxilie na visibilidade dos motoristas. Durante a noite, os únicos auxílios para uma visualização melhor ou pontos de referência são em trechos em que outdoors estão iluminados.
A rodovia é de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Em nota, a autarquia estadual afirma que está em "desenvolvimento do anteprojeto simplificado para nas próximas semanas promover a contratação integrada emergencial da empresa que fará a recuperação definitiva". Nesta recuperação, conforme o departamento, está a renovação de toda sinalização (confira a nota na íntegra no fim da matéria).
Pista remendada
A chuva de maio não trouxe apenas deslizamentos na Rota do Sol. Logo após o evento climático, muitos buracos surgiram na pista, especialmente no trecho entre Caxias e São Francisco de Paula. Como noticiado anteriormente, uma operação de recuperação iniciou ainda em junho.
O que se vê atualmente é uma pista bastante remendada, principalmente onde estavam estes danos. Inclusive, há pelo menos um ponto em que os buracos já voltam a aparecer. É próximo à Penitenciária Estadual de Caxias, no Apanhador.
Na nota, o Daer afirma que a primeira etapa do trabalho de recuperação buscou deixar a pista "em condições mínimas de trafegabilidade e segurança".
Mesmo com a chuva de maio, o problema na pista, porém, é recorrente. Pelo menos três matérias do Pioneiro em 2023 chamavam atenção para mesma condição de uma pista remendada. Ao mesmo tempo, a sinalização, que é outra situação histórica da rodovia gaúcha, também apresenta os mesmos contratempos. No trecho entre Caxias e São Francisco de Paula, a reportagem contou pelo menos 11 placas danificadas e outras 12 parcialmente ou completamente encobertas pelo mato.
O que diz o Daer
Em nota enviada à reportagem, o Daer afirma que a primeira etapa da recuperação buscou desobstruir trechos da Rota do Sol e melhorar as condições de trafegabilidade e segurança. Nas próximas semanas, uma empresa deve ser contratada para trabalhos definitivos:
"O Daer informa que a Rota do Sol está entre as 30 rodovias priorizadas no Plano de Reconstrução do Governo do Estado. No primeiro momento, foi utilizado o contrato de conservação para fazer a desobstrução e realizar serviços de recuperação para deixar a rodovia em condições mínimas de trafegabilidade e segurança. Esta foi a primeira etapa do enfrentamento da calamidade. Agora o Daer está trabalhando na segunda etapa, que é o desenvolvimento do anteprojeto simplificado para nas próximas semanas promover a contratação integrada emergencial da empresa que fará a recuperação definitiva. Dentro dessa etapa de recuperação definitiva estará incluída toda a renovação da sinalização".