O deslizamento de três encostas bloqueia todos os acessos a São Vendelino, na Serra. O município de 2,3 mil habitantes tem, nesta quarta-feira (1°), em função da chuva, 30 pessoas abrigadas no Ginásio Municipal, além de famílias que buscaram ajuda na casa de parentes.
No final da tarde desta terça-feira (30) um deslizamento às margens da RS-122 soterrou a casa de uma família que, de acordo com a prefeita Marlí Weissheimer, morava no município há cerca de cinco anos. Pai e filho estão desaparecidos. Os nomes deles não foram divulgados oficialmente.
— Eles moravam naquela região que mandaram evacuar, e já tinham saído, estavam na casa de parentes, só que o pai quis ir lá tratar os animais. Como demorou, a mãe pediu que um dos filhos fosse até ele e, nessa hora, desceu tudo — conta.
Uma equipe formada por Corpo de Bombeiros, Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) e voluntários trabalham nas buscas que foram interrompidas durante a madrugada por conta do volume de chuva. Elas foram retomadas e seguem nesta quarta.
Com 72% da economia baseada no setor primário, as atenções em São Vendelino se voltam também ao desbloqueio das estradas do interior, na retomada da energia elétrica e no abastecimento de água. No entanto, a chuva intermitente impede os trabalhos.
— Temos as encostas que desceram e invadiram as casas, não temos água nem luz, tem aviário com problemas para manter os animais. O maior da região está aqui, na localidade de Canastra, com 40 mil aves — diz.
A situação enfrentada nesta semana pelos moradores da cidade da Serra é inédita, segundo Marli. Em novembro do ano passado, o Arroio Forromeco chegou a transbordar, mas não foram registrados prejuízos:
— Já tivemos quedas de barreiras que fecharam estradas vicinais, mas que eram abertas no mesmo dia, agora não para de chover e não temos como trabalhar. Se não tivéssemos dessassoreado o rio, a cidade toda estaria inundada.