A chuva registrada nas últimas semanas também levou insegurança para uma comunidade indígena de Caxias do Sul. Os kaingangs residiam em uma aldeia, em Forqueta, próximo à vinícola Casa Onzi. Cerca de sete famílias estão atualmente abrigadas no salão comunitário do loteamento Vale da Esperança, no bairro Releon, desde a terça-feira (28).
Os indígenas tiveram de sair da aldeia no dia 17, por risco de deslizamento de terra. Por conta disso, provisoriamente eles haviam sido divididos em dois grupos. Um deles ficou alojado no salão da igreja do bairro São Caetano e, o outro, na casa de acolhimento Resgate da Misericórdia. Eles deixaram o local por solicitação da igreja, que precisava do espaço para a realização de suas atividades.
Conforme o subprefeito de Forqueta, Deivid Ilha, a prefeitura buscou espaços próximos à aldeia para receber as famílias. Na ausência de espaços, o grupo foi encaminhado para o loteamento Vale Esperança, no Reolon.
O espaço está passando por melhorias para abrigar as 22 pessoas levadas para lá. Ainda, o Banco de Alimentos e a Fundação de Assistência Social (FAS) está prestando suporte às famílias, com entrega de marmitas e orientações sobre benefícios que podem ser requeridos, como o Programa Volta por Cima.
O período de permanência do grupo no Vale da Esperança ainda é incerto. O retorno para a aldeia depende da avaliação da Defesa Civil sobre o terreno em frente às casas. Ao menos três deslizamentos de terra foram registrados na rua Menino Jesus, bem em frente onde os indígenas residiam.
Conforme o cacique Altair Santos, o afastamento da aldeia impossibilita que as crianças e jovens frequentem a escola e impede que os adultos elaborem artesanato, cultivem e cuidem dos animais que possuem na aldeia.
— É ruim para nós essa situação. Já saímos uma vez e fomos na igreja, agora no Reolon. As famílias foram, mas eu fiquei aqui porque as casas não têm tranca e os animais precisam ser tratados.
Segundo o cacique, está sendo avaliada a possibilidade de se construírem espaços provisórios para abrigar as famílias, na própria área da aldeia, em Forqueta. Com 25 hectares de terreno, haveria como escolher áreas sem risco de deslizamentos, diz ele. Contudo, também é necessária a liberação da Defesa Civil.