Arroio do Sal, no Litoral Norte, não sofreu perdas significativas com a chuva que atingiu o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e o início de maio. Conforme o prefeito Affonso Flavio Angst, os maiores danos foram nas ligações viárias, como a Avenida Interpraias Sul, que já foi consertada. Já as moradias não tiveram danos. No entanto, a cidade, que tem cerca de 11 mil habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem auxiliado as vítimas da maior tragédia climática do Estado.
Um levantamento da administração municipal aponta que, até quarta-feira (15), 1.002 pessoas buscaram o município para se abrigar. A maior parte é da Região Metropolitana de Porto Alegre, de cidades como Canoas e Eldorado do Sul, e está em casas de aluguel, de amigos ou parentes. Porém, 14 estão abrigadas na sede da Escola Paulo Freire, no Balneário Bom Jesus, e outras 15 em uma pousada do Balneário Figueirinha, cedida de forma voluntária por uma empresária.
Dos moradores de Arroio do Sal, conforme a secretária Municipal da Cidadania, Trabalho e Desenvolvimento Social, Lediene da Rosa Valim, apenas uma família precisou ser retirada de casa. Um casal e dois filhos que moravam em Arroio Novo foram levados para a pousada que está servindo de abrigo.
— Essa família mora perto de um arroio que é numa área de preservação, então quando chove muito acaba enchendo esse arroio. Ela (família) já foi resgatada algumas outras vezes — destaca a secretária.
Para auxiliar essas pessoas, a cidade criou um Comitê de Apoio aos Desabrigados no dia 6 de maio, composto pela Defesa Civil, órgãos de segurança pública e as secretarias municipais. Moradores da Serra, que têm uma forte ligação com o município do Litoral Norte, não chegaram a buscar abrigo na praia, segundo a prefeitura. No entanto, conforme a secretária, alguns caxienses estão atuando como voluntários.
Lediene destaca que a orientação inicial é para que as pessoas que estão desabrigadas em outras cidades e que estão indo para Arroio do Sal passem no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), localizado na Rua Ademar Valim, para efetuar um cadastro. Posteriormente, são encaminhadas para serviços da rede de saúde, assistência social e educação — no caso das crianças. Até o momento, 353 famílias foram registradas e 211 já estão recebendo alimentos por meio de cestas básicas fornecidas pelo município.
Ela ainda afirma que aqueles que estão em casas de amigos ou parentes, e que não necessitam inicialmente de auxilio do município, também devem se cadastrar no Cras para que os dados da administração municipal sejam mais completos:
— Se (em) algum momento essas pessoas precisarem usar a rede SUS (por exemplo), quando fazem esse cadastro, elas ganham um cartão provisório do SUS — explica.
Para receber donativos e auxiliar as famílias abrigadas na cidade, a Sede de Eventos da prefeitura, na Rua dos Eucaliptos, e o CTG Rincão de Estância, na mesma rua, foram designados como pontos de coletas. Nesse momento, os itens essenciais são água, colchões, ração para animais, lençóis, produtos de limpeza e toalhas de banho.