A Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs) negou, no final da tarde desta quinta-feira (21), o fechamento do zoológico da instituição. A informação foi divulgada por meio de nota enviada ao Pioneiro. O encerramento das atividades do local havia sido informado pelo reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, na quarta-feira (20). Rech voltou atrás nesta quinta-feira e disse à reportagem que se excedeu ao falar sobre o tema.
Na nota, a Fucs afirma que o Conselho Diretor não deliberou sobre o fechamento do local e reforça que a área de preservação ambiental, chamada de Jardim Zoológico, é o primeiro espaço do tipo na Serra e que atua, desde a inauguração, em 1997, com intensidade "na conservação de espécies ameaçadas e recolhimentos de animais silvestres em situação de vulnerabilidade". Este recolhimento é feito pela Patram e bombeiros e também por secretarias de Meio Ambiente dos municípios da região.
Ainda segundo a nota, o Conselho Diretor avalia que o zoológico "é um dos mais importantes instrumentos na área da saúde animal" e que "em novembro deste ano, o Ministério Público e o Caoma (Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente) sediaram audiência para debate sobre soluções conjuntas de manutenção do Zoo".
"A manutenção do Zoo é uma premissa institucional da FUCS. Valem esses esclarecimentos para dizer que não será fechado o Jardim Zoológico. Todo o nosso empenho é no sentido de atender a essa importante missão ambiental, ao lado dos esforços da comunidade", finaliza o comunicado assinado pelo presidente da Fucs, José Gislon, e pelo procurador-geral da Fundação, Mauricio Salomoni Gravina.
No final desta reportagem, leia a nota na íntegra.
"Posso ter me excedido na linguagem coloquial com a empolgação do tema", diz reitor
Procurado pela reportagem após o recebimento da nota, o reitor afirmou que "não houve, propriamente, a deliberação do Conselho Diretor de fechar o Jardim Zoológico", conforme havia dito na quarta.
— O conselho se preocupa com a sustentabilidade e orienta que busquemos alternativas, pois os custos mensais são altos e a necessidade é premente. Neste sentido posso ter me excedido na linguagem coloquial com a empolgação do tema — acrescenta o reitor.
Rech ainda destaca que a causa do zoológico é nobre e que há a necessidade de reabertura para visitação do público, além de "manter o equilíbrio".
— Estamos empenhados junto com o Conselho Diretor no desenho de alternativas como, por exemplo, uma campanha para arrecadação e contato com órgãos afins.
Situação do zoológico
Fechado para visitação pública desde o início da pandemia - março de 2020 -, o local mantém cerca de 90 animais de 40 espécies diferentes. O custo mensal do espaço é de R$ 60 mil, bancado integralmente pela UCS. Isto inclui alimentação, tratamento veterinário, manutenção da estrutura e trabalho de profissionais. Antes do fechamento, o local era acessado pelo público de forma gratuita.
Na quarta, ao Pioneiro, o reitor Gelson Leonardo Rech ainda frisou que, para a reabertura do espaço ao público, seria necessário uma reforma geral, no valor estimado de R$ 2,5 milhões.
Confira a nota da Fucs na íntegra
"O Zoo foi o primeiro da Serra Gaúcha, inaugurado em 1997. Desde então, atua intensamente na conservação de espécies ameaçadas e recolhimentos de animais silvestres em situação de vulnerabilidade pela Patram, Semas municipais e bombeiros.
Para o Conselho Diretor da Fucs o Zoo é um dos mais importantes instrumentos na área da saúde animal. Além dos Conselheiros e do público interno da Fucs, muitos participantes da comunidade têm se dedicado à manutenção desses serviços, que estão relacionados ao Instituto Hospitalar Veterinário (IHVET), cadastrado como Centro de Atendimento Emergencial de Animais Silvestres (CAE) na SEMA-RS. Juntos, o Jardim Zoológico e o IHVET formam uma estrutura completa de acolhimento.
Atualmente, representantes da Fucs, CIC, Prefeitura, Governo do Estado e Ministério Público vem desenvolvendo um importante trabalho para angariar fundos, inclusive por doações, emendas parlamentares e multas ambientais revertidas para o Zoo, por Termos de Ajustamento de Conduta.
A representatividade dessa estrutura é tão grande que, em novembro deste ano, o Ministério Público e o Coama sediaram audiência para debate sobre soluções conjuntas de manutenção do Zoo. Está em andamento um projeto da Fucs que busca fundos para e investimentos de revitalização. O projeto de “Conservação da Fauna do Bioma Mata Atlântica na Ecorregião da Serra Gaúcha”, de coordenação do Prof. Dr. Leandro do Monte Ribas, Diretor do IHVET foi aprovado pelo Ministério Público Estadual e conta com o apoio da Dra. Janaína de Carli.
A manutenção do Zoo é uma premissa institucional da Fucs. Valem esses esclarecimentos para dizer que não será fechado o Jardim Zoológico. Todo o nosso empenho é no sentido de atender a essa importante missão ambiental, ao lado dos esforços da comunidade".