A Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), responsável pela limpeza urbana do município, estima que os 131 contêineres de lixo incendiados ao longo de 2023 causaram prejuízos de cerca de R$ 262 mil aos cofres públicos. Somente no último final de semana seis recipientes da coleta seletiva foram incendiados na cidade, causando prejuízo de, pelo menos, R$ 10 mil. A expectativa é de que 500 novas unidades estejam disponíveis nas ruas do município até a metade de março de 2024.
Conforme a prefeitura de Caxias, cada contêiner custa R$ 2 mil. No ano passado, 109 foram alvo de vandalismo, gerando prejuízo de R$ 218 mil. Em 2021, foram 119 incêndios registrados, com perdas estimadas em R$ 238 mil.
Nesta terça-feira (26), a assessoria da Codeca afirmou que todos os contentores queimados ao longo do ano eram amarelos, da coleta seletiva. O vandalismo também atingiu alguns verdes, de resíduos orgânicos, mas esses são mais resistentes e comumente são recuperados pela equipe da companhia, com poucos estragos registrados. Por isso, a Codeca só contabiliza o incêndio causado nos amarelos.
De acordo com a diretora-presidente da Codeca, Maria de Lourdes Fagherazzi, a situação de vandalismo registrada na cidade é lamentável.
— Independentemente de ser de plástico ou metal, nenhum equipamento público ou privado deveria ser vandalizado. Não é um prejuízo para a Codeca, mas, sim, para todos os contribuintes, uma vez que os contêineres precisarão ser indenizados pela prefeitura — lamenta Maria de Lourdes.
Ainda segundo a diretora-presidente, a Codeca está avaliando opções de contêineres de metal, que atendam as normas e não tenham custo elevado. A expectativa da companhia é ter, em breve, resultados de estudos sobre os tipos de contentores de metal, que serão analisados e encaminhados à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), que é a contratante da Codeca.
Investigação para identificação
De acordo com a Guarda Municipal (GM), os casos de incêndio são mais comuns durante a madrugada e aos finais de semana. Ao longo do ano, a grande maioria dos que foram identificados como responsáveis pelo vandalismo era pessoas em situação de rua.
O trabalho de investigação com o auxílio de análise das câmeras de monitoramento é altamente necessário e, a partir dele, é possível responsabilizar os envolvidos nos incêndios. Entretanto, por não haver câmeras em todos os lugares onde os contentores estão instalados, pode ser que existam mais pessoas envolvidas, que não foram filmadas.
Conforme o secretário municipal de Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto Rosa da Silva, os casos de incêndios recentes estão sendo investigados pela Polícia Civil, com auxílio da GM. O trabalho de investigação é feito com auxílio das câmeras de monitoramento.
Segundo a GM, duas pessoas já foram identificadas nos casos do último final de semana. São cerca de oito pessoas identificadas e responsabilizadas apenas neste ano. Uma delas, conforme a Guarda Municipal, teria cometido, pelo menos, 20 queimas. Equipes continuam atuando para avaliar todas as câmeras de monitoramento, que podem ter registrado mais pessoas praticando o crime.
— Ao longo do ano, muitos foram identificados e foram responsabilizados criminalmente. A Polícia Civil está investigando as imagens das câmeras que flagraram os atos recentes para identificar todas as pessoas envolvidas. É um trabalho de inteligência que não é possível estimar um prazo para ser concluído, mas podemos afirmar que depois que forem identificados, eles serão chamados para prestar depoimento e vão responder pelo crime — afirma o secretário.
A partir da identificação dos envolvidos, a Guarda Municipal e a Polícia Civil atuam em conjunto para abordar os responsáveis e dar andamento ao registro da ocorrência.