Com cerca de 150 câmeras já em operação, a prefeitura de Caxias do Sul inaugurou na tarde desta segunda-feira (9) o Centro Integrado de Operações (CIOp). Os equipamentos têm a capacidade de realizar um monitoramento considerado de alta performance, com fiscalização a longas distâncias. Com isso, as equipes integradas da Guarda Municipal, da Brigada Militar e das polícias Civil e Penal, além dos agentes da fiscalização de trânsito, têm acesso a uma identificação completa das placas dos veículos que trafegam pela cidade e o reconhecimento facial dos pedestres.
A inauguração do centro, na Rua Marechal Floriano, no bairro Rio Branco, contou com a presença do governador Eduardo Leite e do secretário da Segurança Pública do Estado, Sandro Caron. O investimento é de R$ 20 milhões da prefeitura de Caxias e R$ 700 mil do governo do Estado.
No total, o sistema contará com 275 câmeras, mas, de acordo com o secretário de Segurança Pública de Caxias, Paulo Roberto Rosa da Silva, o período de chuvas impediu a instalação de todos os equipamentos previstos. Para não impedir o funcionamento do sistema, a inauguração foi mantida e o restante das câmeras entrarão em funcionamento "em breve". O contrato de locação de todos os equipamentos é de quatro anos, no valor de R$ 16.625.724,98. A locação do imóvel é de 120 meses (10 anos), ao custo total de R$ 3.294.400.
Na estrutura, há espaço para que a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal atuem de forma integrada também. Em uma sala com 30 monitores, compondo 15 estações de trabalho, e mais 10 telas de 55 polegadas na parede, os agentes acompanham diversos pontos da cidade por meio de câmeras rotativas controladas à distância, enquanto os equipamentos fazem a leitura automática das placas dos veículos.
Sistemas integrados
Com o cruzamento de dados, assim que um roubo de veículo é registrado, por exemplo, o sistema de monitoramento recebe essa informação. Se alguma câmera identificar a placa do veículo, uma notificação surge na tela dos operadores para que possam localizar e acompanhar o deslocamento do automóvel e determinar as ações cabíveis para recuperá-lo.
— É uma grande ferramenta. É como se aumentasse o número de policiais nas ruas. O mais importante é a inteligência artificial que há nas câmeras, para quando identificar qualquer situação suspeita dar o alerta e, aí, com as forças integradas, se acionam as polícias para irem na rua e abordar — destacou o secretário Caron.
Segundo o secretário municipal, Paulo Rosa da Silva, as câmeras foram instaladas em pontos estratégicos da cidade, que foram escolhidos juntamente com os órgãos de segurança e contemplam, inclusive, eventuais rotas de fuga.
— Monitoramento é um foco e cercamento é outro. Monitoramento é para, se acontecer o crime num lugar com câmeras, imediatamente o caso é diagnosticado, o envolvido é pego e posteriormente pode ser feito um reconhecimento. Isso vai parar dentro de um inquérito policial como prova. Já o cercamento são 74 câmeras, que identificam veículos furtados ou roubados ou com alguma irregularidade administrativa como, por exemplo, o não-pagamento do IPVA.
Foco em detectar situações criminosas
A possibilidade de o sistema identificar irregularidades, como excesso de velocidade, multas ou licenciamento atrasados ou estacionamento em local proibido não é o foco do CIOp. O sistema, entretanto, tem a capacidade de monitorar estes casos. Conforme o governador Eduardo Leite, é preciso uma orientação aos órgãos fiscalizadores para que isso se transforme em multas.
— Se é detectado qualquer tipo de problema em relação ao veículo, é importante o Estado ter essa informação. Afinal, eventualmente isso pode ter correlação com questões relacionadas a grupos criminosos. A informação sobre licenciamento, como está esse veículo, pode ser utilizada também nessa direção. Não é a câmera sozinha que faz a aplicação de qualquer tipo de sanção. É a partir de orientação aos órgãos fiscalizadores para a aplicação de algum tipo de sanção ao proprietário do veículo — enfatizou Leite.
Questionado sobre a possibilidade de haver essa orientação, o governador direcionou para o secretário Caron, que apenas reforçou o foco na segurança.
— Todo foco e objetivo é detectar as situações criminosas. A cada placa que for lida, automaticamente o sistema verifica se há uma ocorrência de roubo ou de furto. Em uma situação que se detecte um veículo suspeito de alguma prática, isso também é lançado e as câmeras darão o alerta. Todo o foco do que é lançado aqui é combate à criminalidade.
O que disseram
Não tenho dúvida que a história da segurança no Estado vai mudar.
Adiló Didomenico: "Não tenho dúvida que a história da segurança no Estado vai mudar, e em Caxias, a medida que começamos a instalar os radares inteligentes, os roubos de veículo já baixaram 53%. Não faz sentido viver numa sociedade próspera como é a de Caxias, e as pessoas não terem a liberdade de ir a noite para uma faculdade."
A tecnologia ajuda a amplificar a capacidade de resposta das nossas forças de segurança.
Eduardo Leite: "A tecnologia ajuda a amplificar a capacidade de resposta das nossas forças de segurança. O crime se movimenta, usa muito os veículos. Desde um assalto a uma residência, assalto a um pedestre, tudo isso estará passível de ser flagrado pelas câmeras de segurança e, portanto, dar uma melhor capacidade de resposta."
Todo o foco do que é lançado aqui é combate à criminalidade.
Sandro Caron: "É uma grande ferramenta, é como se aumentasse o número de policiais nas ruas. Todo foco e objetivo é detectar as situações criminosas."